Madeira de lei
Originalmente, eram as madeiras resistentes e indicadas para construção, civil e naval. Desde o século 15, criou-se a consciência do valor da riqueza florestal e da importância de sua preservação. Como Portugal era desprovido de muitas dessas espécies, voltou-se para as imensíssimas reservas do Brasil, sua colônia. Em 1652, uma lei de dom João IV proibiu o corte indiscriminado, o que valoriza as melhores madeiras, que, com a chancela legal, passaram a ser chamadas madeiras de lei. Mas quais seriam essas madeiras tão especiais?
Dizia o documento real: “Chamão páos de lei aos mais sólidos, e tais são os de sapupira, de vinhático, de jetay amarelo, de massaranduba, páo brazil, jacarandá e picahi”.
A determinação resistiu ao tempo e ainda hoje o brasileiro repete, aludindo às árvores de confiança e durabilidade: “É madeira de lei!”. A expressão também se aplica a cidadãos moralmente sadios, enérgicos e prestimosos. Infelizmente, além da devastação diária na Amazônia, também nos principais centros urbanos do país lentamente se extingue essa excelente categoria de gente, inclusive entre os que nos dirigem...
OPORTUNIDADE – Curioso, o berço dessa palavra. Refere-se à circunstância propícia para que algo aconteça.
MOEDA – A palavra vem do nome da deusa romana Juno Moneta, esposa de Júpiter, em cujo templo se cunhavam moedas. A rainha da mitologia adquiriu o título de Moneta por ter advertido os habitantes de Roma, a tempo, de um terrível terremoto que se avizinhava. Com isso, ganhou a gratidão do povo, corporificada num magnífico templo situado no cimo do Capitólio. É que o verbo latino monere quer dizer avisar, alertar, e os agradecidos e ilesos habitantes da cidade passaram a chamar Juno de Moneta, aquela que avisa, a guardiã. Da palavra original derivam-se congêneres em outros idiomas, como no inglês money, daí monetário e o próprio Fundo Monetário Internacional, o polêmico FMI, agente de tanta confusão por este mundo afora – e tão admirado pelo andar de cima da banca internacional...
BRIGADEIRO – O doce foi criado no Brasil, logo depois do fim da Segunda Guerra Mundial. Como, naquele tempo, era difícil arranjar leite fresco, amêndoas, ovos e açúcar para fazer doces, uma senhora da sociedade carioca teve a ideia de combinar leite condensado com chocolate em pó. Daí nasceu essa delícia, presença cativa em festa de criança.