“Faz um bom tempo que Minas Gerais não revela um artista para o Brasil”
2019 está aí, mas só agora Du Monteiro percebeu que está completando 15 anos de trajetória musical. “Estou focado em fechar a minha agenda. Não havia parado pra pensar em algo para comemorar os 15 anos de carreira, mas é uma boa ideia”, diz ele.
Em outubro de 2014, Du fez seu primeiro show em uma casa noturna.
Naquela época, ele e o grande amigo Luis Henrique, ex-parceiro de dupla, receberam convite de Gustavo Belligoli para participar do projeto Cancun jovem, no Café Cancun, que funcionava na Savassi. “Tocaríamos aos domingos para o público sub 17. Com a ajuda do pai do Luis, tio André Luiz Roquette, encaramos o projeto e começamos a nossa história”, relembra.
Antes da carreira bem-sucedida na música sertaneja, Du concluiu duas faculdades – de direito e de administração –, trabalhou na área financeira de uma drogaria e numa empresa de consultoria.
No início de 2014 ele precisou fazer uma escolha. “Já sabem a resposta né?”, diverte-se Du Monteiro, que fechou 2018 com a média de quatro shows por semana.
COM A PALAVRA
DU MONTEIRO, Cantor sertanejo
Você será atração do carnaval de Belo Horizonte.
Dá samba demais! Meu show, por si só, já é mais pra cima, mistura de forró com sertanejo. É a cara do carnaval, que há muito tempo deixou de ser só samba.
Como será a sua rotina de shows durante a folia?
No sábado, no Carnaval do Mirante, vou cantar no mesmo dia de Zé Neto e Cristiano e Jorge Ben Jor. Domingo, no carnaval do Belvedere, e segunda-feira, no Mirante
Nesses 15 anos de carreira, você passou algum perrengue?
Sim! Já perdi a voz completamente no dia de um show. Também fiquei afônico numa semana com quatro shows – um na sexta, dois no sábado e outro no domingo. O show de sexta não consegui fazer. Sábado de manhã, liguei para a Janaína Pimenta, a minha fono, que logo começou a me orientar. Corri para a clínica dela, fiz os tratamentos e no final do dia a voz voltou.
Você e Luis Henrique tocaram no Café Cancun e no La Cancha. Como você compara o mercado daquela época com o de hoje, especialmente no segmento da música sertaneja?
Naquela época, o sertanejo era realmente sertanejo. Meu show era montado com músicas de Chitãozinho e Xororó, Zezé e Luciano, Leandro e Leonardo, Edson e Hudson, Bruno e Marrone. Já em 2007, na época do La Cancha, começou a surgir o sertanejo universitário. Veio forte, com outra pegada, com as duplas César Menotti e Fabiano, João Bosco e Vinícius...
Como é sua rotina de ensaios e a seleção de repertório?
Ensaios? Não ensaiamos muito pra ser sincero, apenas quando vamos mudar o repertório e o show, dai ficamos alguns dias dentro do estúdio montando o show. Meu repertório é escolhido a quatro mãos. Minha banda me ajuda muito nesse quesito, assim como meu amigo e baterista Hugo Piero. Sempre ouvimos coisas antigas e sugestões de amigos que sempre estão pedindo músicas novas nos shows. Tento montar um show sem esquecer das origens.
Você tem a preocupação de mostrar canções de quem está começando?
Não me preocupo em mostrar quem está começando, mas isso acontece automaticamente, já que músicas que o povo canta serão tocadas no meu show. Apesar de Minas ter artistas como Gusttavo Lima, Lucas Lucco, Victor e Leo, Eduardo Costa, Paula Fernandes e os próprios César Menotti e Fabiano, há um bom tempo que Minas não revela um artista para o Brasil. Tem muita gente na fila aí trabalhando para isso.
O que você gosta de fazer para relaxar e curtir a vida?
No dia a dia, frequento a Arena Squash, onde pratico esporte há quatro anos. É um vício. Para relaxar, vou pescar né? Não tem nada melhor não. Pesco sempre com um amigo, Bernardo Xavier, na represa de Três Marias onde vou uma vez por mês.