Antes de tudo, falamos de quilo, abreviatura de quilograma, mil gramas. Mas ele tem significados menos conhecidos. No grego, por exemplo, Khulós é suco, sumo, o produto da digestão, a última fase dela, quando o alimento se transforma em massa líquida.
É o resultado de fenômenos mecânicos e químicos por que passa a comida que ingerimos. Fazer o quilo deve ser entendido, neste caso, como fazer a digestão, processo que pode ser estimulado por uma caminhada tranquila ou uma soneca rápida para os que gostam de espichar o corpo, a pretexto de que essa é a melhor maneira de ajudar o estômago e o intestino a digerirem o que foi engolido durante a refeição.
A Universidade de Harvard demonstra que o desempenho de uma tarefa simples se deteriora com sua repetição ao longo do dia, mas uma soneca rápida, de uns 30 minutos, é suficiente para evitar que o desempenho piore – e se for de uma hora inteira, ele volta a ser tão bom quanto no começo do dia. Alguns pesquisadores afirmam que a palavra quilo é africana e chegou ao Brasil trazida por angolanos que falavam o idioma quimbundo.
Em quimbundo, quilo significa sono, daí o entendimento de que a expressão fazer o quilo é dar uma boa cochilada depois do almoço. É a siesta, a sesta praticada em vários países, período vespertino em que tudo para e só volta a funcionar lá pelo final da tarde. Preguiça? Parece que não.
• CORINTHIANS – São 109 anos de vida, desde o longínquo 1910, quando surgiu em São Paulo – mais exatamente, no Bom Retiro – o Sport Club Corinthians Paulista, seu nome por extenso. Nem todos os seus 29 milhões de apaixonados torcedores sabem como ele veio ao mundo. Foi assim: na noite de 1º de setembro de 1910, cinco operários do bairro – Antônio Pereira, Joaquim Ambrósio, Anselmo Correia, Carlos da Silva e Rafael Perrone –, sentados em frente a uma confeitaria, apenas sob a luz de um lampião de gás, decidiram fundar um clube de futebol. Mas por que Corinthians? Pelo seguinte: um time de estudantes ingleses chamado Corinthian Casuals Football Club passara na época por São Paulo e disputara partidas amistosas no antigo estádio do Velódromo, no Bairro da Consolação. A equipe deixou boa lembrança para aqueles cinco rapazes do Bom Retiro, que, na empolgação, foram sugerindo vários nomes: entre outros, Santos Dumont, homenageando o Pai da Aviação, e Carlos Gomes, referência aos italianos do bairro, já que o maestro escrevia suas óperas em italiano. Foi então que Joaquim Ambrósio propôs Corinthians Paulista, recordando o time inglês de recente êxito na cidade e que, por coincidência, também fora fundado à luz de um lampião de gás. Ambrósio mal sabia que aquele Corinthian inglês fora criado por alunos de Oxford e Cambridge, universidades frequentadas por gente da elite britânica – quer dizer, jovens de vida farta, sofisticados desportistas amadores – nada a ver com o novo Corinthians paulistano, projetado para ser um clube de massa.
• PALÁCIO DO ELISEU – É que ele fica próximo à mais importante via pública de Paris, a famosa Avenue des Champs Élysées, que liga a Praça da Concórdia à Étoile, onde se acha o Arco do Triunfo. Mas o que eram esses Champs Élysées, os Campos Elíseos?
A denominação é um tributo à mitologia grega, como ensina Raimundo Magalhães Jr. Segundo a mitologia, o mundo terminava num grande rio – o Rio Oceano –, em cuja margem ocidental estavam situados os Campos Elíseos. Neles, os homens virtuosos repousavam dignamente após a morte, divertindo-se dia e noite, reinava eterna primavera e todos os seres eram imortais.
Como dizem os sábios, quando a lenda é mais fascinante do que a realidade, publique-se a lenda….