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TESTA DE FERRO

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Testa de ferro é o indivíduo que aparece como responsável por um negócio, firma ou transação que os interessados reais controlam dissimuladamente, mantendo-se no anonimato. Em outras palavras, alguém que assume uma posição nominal de liderança, mas não tem o poder eletivo. Funciona como fachada de outrem.


A primeira alusão a essa expressão aparece associada ao aríete, máquina de guerra inventada pelos romanos para arrombar portas de fortalezas. Era robusto tronco dotado de uma testada de ferro ou bronze, geralmente com a forma da cabeça de um carneiro.


Aliás, o nome aríete vem do latim ariete, carneiro. Nos navios de guerra da Antiguidade também se usavam essas testas de ferro em esporões colocados nas proas com o objetivo de arrombar os navios adversários.


Essa forma de dissimulação é cada vez mais utilizada na feroz competição que caracteriza o mundo empresarial na busca por lucros. É comum, entre nós, aquela figurinha fácil, o chamado “arroz de festa”, que aparece elegante, deitando falação e causando impressão!


Poucos percebem que se trata de um títere escondido atrás de uma montanha de dinheiro alheio. Dá cobertura a seu verdadeiro mentor e promove as maiores falcatruas em nome do chefe.


Aliás, por falar nisso, qual o graúdo que fica atrás das grades neste país, hein? Diga um, unzinho!

 

 

FONDUE – Fique logo sabendo que essa delícia gastronômica é a fondue, e não o fondue. Como ensina Silvio Lancellotti, ela nasceu da necessidade.

Foi assim: lá pelo século 13, alguns suíços que habitavam os Alpes produziam mais queijo do que conseguiriam vender e consumir. Veio o inverno, o produto se enrijeceu e acabou indo para o lixo. Diante de estoque tão exagerado, alguém teve uma ideia: a sobra seria derretida, à massa se acrescentaria algum álcool, vinho ou aguardente, o kirsh, destilado de cerejas. A mistura se reendureceria com o frio e não se estragaria. Depois, era só derretê-lo. A operação inaugural se deu num gigantesco caldeirão. A fim de experimentar o sabor, alguém mergulhou, no queijo derretido, um espeto com um pedaço de pão na ponta.
Assim nasceu a fondue, palavra cujo berço é o verbo francês fondre, fundir. Tornou-se prato nacional suíço, que provoca água na boca só em ser mencionado. Variações como o bourguignonne, de carne, até de chocolate e camarão, são heresias de fazer corar um suíço, mas, que diabo, são opções igualmente deliciosas…

COBOGÓ – Sabe aquele tijolo vazado, feito de cimento, cerâmica ou ferro, utilizado na construção de paredes ou fachadas perfuradas com a função de quebra-sol ou para separar o interior do exterior, sem prejuízo da luz natural e da ventilação? Ele é conhecido – sobretudo dos arquitetos – como cobogó e é criação genuinamente brasileira, patenteada em 1929 por três engenheiros que atuavam em Pernambuco. O curioso berço dessa palavra, como nos traz o amigo Roldão Simas Filho, está nos sobrenomes desses três profissionais: Amadeu de Oliveira Coimbra, Ernest August Boeckmann e Antônio de Góis. Que criatividade...

DIÁSPORA – A palavra define, em grego clássico, o deslocamento, normalmente forçado ou incentivado, de grandes massas populacionais originárias de uma determinada zona para várias áreas de acolhimento distintas. O termo diáspora é usado com frequência para fazer referência à dispersão do povo judaico no mundo antigo a partir dos exílio na Babilônia e, especialmente, depois da destruição de Jerusalém em 70 d.C. Em termos gerais, pode significar a dispersão de qualquer povo ou etnia pelo mundo. O termo, porém, foi originalmente cunhado para originar a migração e colonização, por parte dos gregos, de diversos locais ao longo da Ásia Menor e Mediterrâneo.
Associada ao destino do povo hebreu, a palavra foi utilizada na versão grega da Bíblia onde se escrevia o seguinte, como maldição: “Serás disperso por todos os reinos da Terra”. Ela se presta a dar conta especialmente aos fenômenos relativos às migrações humanas dos ex-países coloniais para as antigas metrópoles.

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