O novo ano começa oficialmente hoje para Paulo Miklos. Isso porque o cantor, compositor e, mais recentemente, ator e apresentador está completando 60 primaveras neste 21 de janeiro. “Sessenta anos é uma data redonda, sem dúvidas tem uma importância. Acho que é a maturidade que a gente alcança depois de uma longa adolescência, pelo menos no meu caso (risos)”, comenta o artista.
Como está a todo vapor nas gravações de O sétimo guardião, em que interpreta o beato Jurandir, Miklos vai deixar para comemorar o aniversário no próximo fim de semana no show A gente mora no agora, no Sesc Belenzinho, em São Paulo. Novela, turnê musical e projetos no cinema estão movimentando a vida do ex-Titã, mas ele não reclama. Muito pelo contrário. “É um momento muito intenso, de vitalidade, vigor artístico e isso é o principal. Estou num desafio novo e muito bacana que abracei, que é estar fazendo parte da novela, sigo fazendo os shows do disco, então é bastante movimentado do jeito que gosto”, diz.
Na trama de Aguinaldo Silva, Paulo Miklos experimenta seu primeiro papel de destaque na teledramaturgia.
Jurandir é um homem rígido e que se autointitula um “católico fervoroso”. Tem uma única filha, Elisa (Giullia Buscacio), a quem ele cria com pulso firme, já que deseja que ela siga o seu exemplo e tenha uma vida religiosa. O músico gosta de interpretar uma figura tão peculiar e, ao mesmo tempo, diferente de sua personalidade.
Na narrativa da novela, aos poucos, o beato vai começar a se soltar e a se permitir mais. A responsável por essa virada é Milu (Zezé Polessa), espécie de bruxinha da fictícia cidade de Serro Azul e uma das guardiãs da trama. Aliás, a canção tema do casal é Princípio ativo, parceria de Miklos com a cantora Céu. Nesta semana, deve ir ao ar uma sequência em que, após tomar um misterioso chá, Jurandir vai passar a ter atitudes bem ousadas. A filha vai achar que ele está possuído pelo demônio e pedirá ajuda.
ESTREIA Músico por dom e ofício, Paulo Miklos se revelou como ator ao ser convidado pelo diretor Beto Brant para ser o protagonista do filme O invasor (2001). O longa-metragem colecionou prêmios em vários festivais e, em 2015, entrou para a lista dos 100 melhores filmes nacionais de todos os tempos da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). A partir de então, os convites não pararam. Atuou nos longas Boleiros 2 – Vencedores e vencidos (2006); Estômago (2007), É proibido fumar (2009) e Carrossel 2 – O sumiço de Maria Joaquina (2016), além da TV, nas séries Força-tarefa (2009) e Sob pressão (2017), na Globo, e Sessão de terapia (2012), no GNT.
No fim de 2016, estreou nos palcos, interpretando o ícone do jazz norte-americano morto em 1988, em Chet Baker, um sopro, espetáculo, que teve curta temporada no CCBB-BH e volta à cidade em maio. “Devo retornar com ela para fazer mais algumas cidades e também o interior, porque gosto muito dessa peça e ela foi muito bem recebida pela crítica e pelo público”, conta, revelando que pretende trabalhar em um novo disco – o mais recente foi o elogiado A gente mora no agora, de 2017.
Além de continuar no ar em O sétimo guardião até junho e voltar com a montagem teatral, Miklos participou de dois filmes já rodados e ainda sem data para estrear – O clube dos anjos, de Angelo Defanti, e O homem cordial, de Iberê Carvalho. Sobre a combinação de música e interpretação, ele defende que as duas artes se interagem. “Como ator, tenho esse histórico de intérprete das canções, a maneira como sempre busquei cantar as canções e vestir as músicas... Foi esse fio condutor que me levou a atuar e cantar novas canções no teatro, na TV e no cinema, e os personagens são como as canções”, comenta.
Questionado sobre o que lhe dá mais orgulho em sua trajetória, Miklos ressalta que gosta de olhar para trás e perceber que foram muitas as aventuras em suas seis décadas de vida.