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Filme de enterro de João do Rio é encontrado

Estima-se que 100 mil pessoas tenham participado da despedida do jornalista e escritor, em 1921. Registro de 13 minutos do funeral foi localizado e recuperado pelo pesquisador Antonio Venancio


postado em 13/01/2019 05:06

Paulo Barreto, que se tornou conhecido sob o pseudônimo João do Rio, com o qual se tornou famoso por suas crônicas do cotidiano carioca, criou o jornal A Pátria (foto: FBN/REPRODUÇÃO)
Paulo Barreto, que se tornou conhecido sob o pseudônimo João do Rio, com o qual se tornou famoso por suas crônicas do cotidiano carioca, criou o jornal A Pátria (foto: FBN/REPRODUÇÃO)


Quem saltava do bonde no Centro do Rio antigo tinha a visão do céu e do inferno ao mesmo tempo. De um lado, ainda havia a extinta Praia de Santa Luzia, e do outro lado, o clima sombrio da Santa Casa e do necrotério, rodeado dos chamados “urubus”. Em 1910, o jornalista, escritor e teatrólogo João do Rio registrou em A alma encantadora das ruas o trabalho peculiar de sujeitos que vendiam serviços funerários para pessoas em luto, que saltavam do bonde a caminho do necrotério. “Quando quiser uma coroa...”, ofereceu um deles ao escritor. “Deus queira que não”, respondeu o jornalista.

Onze anos depois, a morte visitou João do Rio. Pseudônimo de Paulo Barreto, o jornalista que fez de seus passeios pela cidade retratos mais que encantadores do cotidiano carioca, morreu em 23 de junho de 1921. Um registro do cortejo de seu funeral foi encontrado em filme inédito pelo pesquisador e restaurador Antonio Venancio. O enterro do escritor e jornalista esteve entre os mais frequentados do Brasil, com  público estimado em 100 mil pessoas – o de Getúlio Vargas reuniu 300 mil e o de Carmen Miranda, 60 mil.

O trabalho de Venancio para encontrar o filme foi tão minucioso quanto as perambulações do jornalista pelas ruas cariocas. Ele conta que, há cinco anos, assistiu ao filme do enterro durante uma mostra da Cinemateca Brasileira, em São Paulo, que incluía na programação a filmagem de uma corrida de cavalos no Jockey Club de São Paulo, da mesma época. “Mais tarde, busquei pelo filme, e entrei em contato com os responsáveis pela Cinemateca e o Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, mas ninguém sabia de seu paradeiro.” Assim como na vida de João do Rio, algumas informações preferem bater à porta. E elas também chegaram na casa de Venancio. “Uma mulher me procurou e disse que tinha um filme de meu interesse. Nas mãos, ela tinha a lata com o filme do enterro de João do Rio.”

CEMITÉRIO


O filme, com 13 minutos de duração, exibe diversos pontos do trajeto até o Cemitério São João Batista, mesmo local em que Carmen Miranda e, recentemente, a cantora Miúcha, estão sepultadas. Em um dos trechos, um quadro informa, na grafia da época: “Quando a morte cruel, e implacável, arrebatou do seio dos vivos a figura iminente do ‘escriptor’ e jornalista Paulo Barreto, um manto de crepe descerrou-se sobre a cidade do Rio de Janeiro, estendendo-se por todo o Brasil e desdobrando-se ‘atravez’ do oceano para enlutar Portugal também”. Em outro trecho, o quadro anuncia a passagem do cortejo pelo palacete em que vivia “o grande amigo e defensor dos ‘opprimidos’”.

Colegas de trabalho do jornal A Pátria também aparecem reunidos na última homenagem. Na época, o folhetim carioca criado pelo jornalista tinha um posicionamento pró-colônia portuguesa e custou-lhe ameaças de morte e ofensas pessoais, de cunho racista, por ser negro, gordo, e também por sua homossexualidade assumida. No filme, também há a presença de Ruy Barbosa, “o expoente máximo da nossa nacionalidade, foi pessoalmente render a sua homenagem a Paulo Barreto”.

Segundo o pesquisador, o filme fabricado em nitrato de celulose estava bastante danificado, com sinais de deterioração pelo tempo e por mal acondicionamento. O material produzido a partir da polpa da madeira com ácido nítrico é altamente inflamável.

INCÊNDIO

No Brasil, há longos históricos de incêndio em estúdios e acervos de filmes por combustão espontânea. Em 2016, a Cinemateca Brasileira, um dos maiores acervos da América Latina, perdeu mais de 500 obras. Entre os rolos originais destruídos estavam filmes de cinejornais da década de 1940 e títulos não divulgados. Na época, a Cinemateca informou que todo o material estava preservado em cópias. Foi o quarto incêndio registrado na Cinemateca, depois de 1957, 1969 e 1982.

Mas não foram só os museus que tiveram seus arquivos perdidos. Entre os anos 1960 e 1990, quase todas as emissoras de TV enfrentaram tragédias semelhantes. Em 1969, 1971 e 1976, a Rede Globo perdeu filmes e fragmentos da década de 1960 em um incêndio na sede paulista. Estima-se a destruição de 920 a 1.500 fitas, de novelas a telejornais. Em 1969, a Rede Bandeirantes perdeu alguns materiais, mas conseguiu preservar fitas dos teleteatros de Cacilda Becker e dos jogos do Brasil na Copa de 1970. Em 1991, o SBT lamentou a destruição de arquivo raros, como a passagem de Silvio Santos pela TV Tupi, Paulista, Globo e Record.

A solução para o documento encontrado por Venancio foi buscar a produtora Afinal Filmes, que converteu o material em um filme digital em 4K. “É um processo que quase ninguém faz no Brasil”, diz Venancio. “O equipamento é um scanner por onde passa o filme de nitrato. Uma luz emitida envia um sinal digital de cada frame, convertendo o filme.” Após a restauração, Venancio pretende organizar a exibição do filme e posteriormente depositá-lo no Arquivo Nacional do Rio de Janeiro. (Agência Estado)



As aventuras de Tintim terá continuação

O personagem de HQ Tintim, que completou 90 anos na quinta-feira passada, será protagonista de um segundo filme dos diretores de Hollywood Peter Jackson e Steven Spielberg, assim como – talvez – de um quadrinho inédito, indicou uma editora francesa.

No fim do ano, foi assinada uma “opção” para uma segunda parte de As aventuras de Tintim no cinema, a cargo, assim como a primeira (O segredo do licorne, 2011), de Jackson e Spielberg, afirmou a uma rádio francesa Benoît Mouchart, diretor editorial do selo dedicado a quadrinhos Casterman. Desta vez, os papéis serão trocados: Jackson, produtor do primeiro, dirigirá o segundo.

“Existem várias possibilidades. Pode ser uma mistura de O cetro de Ottokar e O caso girassol”, disse Mouchart. “Quando existe uma trilogia em Hollywood, o segundo (título) é um pouco mais sombrio”, afirmou.

Em entrevista ao site norte-americano Polygon no final do ano passado, Jackson explicou que, depois de ter se concentrado em um roteiro adaptado de O templo do sol, dava-se a liberdade de escolher entre “a variedade” de histórias do famoso jornalista e de seu cachorro Milu criadas pelo belga Hergé.

Na vertente editorial, é provável que neste ano seja lançado um novo quadrinho, uma opção considerada há vários anos. “Adoraria publicar neste 2019 um inédito Tintim e o termo-zero”, explicou Mouchart. “É um argumento interessante, muito mais completo que A alfa-arte. A história está finalizada, mas o desenho ainda não foi completamente pintado”, informou.

Hergé começou a trabalhar neste quadrinho no final dos anos 1950, depois de Tintim no Tibete. Mas não foi além das oito primeiras lâminas, que desenhou a lápis. A primeira lâmina de Tintim no país dos sovietes apareceu em 10 de janeiro de 1929 no jornal católico belga Le Petit Vingtième. (AFP)


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