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Tarde de cultura


postado em 12/01/2019 05:05

Rota de sonhos será lançado no Espaço de Atividades Residencial Sênior, no Bairro Cidade Jardim (foto: Reprodução)
Rota de sonhos será lançado no Espaço de Atividades Residencial Sênior, no Bairro Cidade Jardim (foto: Reprodução)


A jornalista Célia Laborne está lançando hoje um livro de poemas, Rota de sonhos. Ela é, de longe, uma figura rara no segmento, uma vez que está também completando 93 anos de uma vida totalmente dedicada à cultura. Conheci e convivi com ela na época em que assinava a coluna Vida integral, no caderno Feminino & Masculino deste jornal. Célia já passou por vários órgãos de imprensa mineiros e atualmente mora em um imóvel privilegiado para idosos. Preferiu assim, uma vez que, sem irmãos, quis levar sua profícua vida em atividade. Continua escrevendo poemas e mais poemas, tem dois blogs (Vida em Plenitude e Poemas de Célia) com os quais se comunica com o mundo.

Começou sua vida cultural em alto estilo: foi aluna de Alberto da Veiga Guignard, naquele tempo em que ele dava suas aulas sob as árvores do Parque Municipal, na maior informalidade – mas com alto conhecimento passado aos alunos. Formada em jornalismo em 1959, começou sua carreira no Diário de Minas, onde colaborava com uma coluna de arte, usando o pseudônimo Karina. E, em 1967, lançou seu primeiro livro, Luz sobre o mar, com ilustrações de Sara Ávila, sua colega no curso com Guignard. O outro livro, de 1972, O quinto lótus, tem ilustrações de Maria Helena Andrés, o que deixa claro sua preocupação com a qualidade do que publica.

A característica principal de Célia, além de ser poeta, é a linha de vida que assumiu, nunca abriu a guarda para defesas acirradas da realidade feminina, preferiu sempre levar as mulheres pelo caminho da espiritualidade. Na época que colaborou comigo, a tônica feminina era sem dúvida a luta pelos direitos da mulher, pela equiparação profissional, pela liberdade de ações, pelo direito de conduzir a própria vida com liberdade.

Seu lado espiritualizado fez com que passasse a dar aulas de ioga, complementadas por ginástica, respiração e principalmente meditação. Acredito que essa sua fidelidade ao pensamento espiritual, leve e sem traumas maiores é que faz dela uma mulher participante, sem se entregar à idade, como é comum ocorrer. Célia saiu da imprensa, mas não deixou as letras de lado. E sua preferência por Juscelino Kubitschek rendeu, em 1955, uma ode que tem até conotações atuais: “Juscelino, puxa a corda/desse bloco tão nojento,/ desses bichos de engorda,/ que enchem o Parlamento”.

Discreta em sua vida pessoal, nunca se soube que tivesse passado pela magia dos amores. Mas um dos poemas de seu livro que está sendo lançado hoje (Espaço de Atividades Residencial Sênior – Rua Sinval de Sá, 609, Cidade Jardim) dá uma “pala” sobre o assunto:

Perdoa-me

Amado, perdoa-me
se todos os meus cantos
não foram para ti.

Se minha solidão
rendeu louvor ao aventureiro
e se deteve à porta do desespero.

Amado, perdoa-me
se o vento corrupto
levar minha canção
a terras estrangeiras.

Perdoa-me
se não purifiquei
minhas lágrimas,
se não contei a todos
a extensão do meu amor.
Se me afligi na espera
e me detive na incerteza.

Perdoa-me
se sorri ao caminhante,
se não guardei os olhos inocentes.
E perdoa também
Se minha alma ainda ter ama.



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