Um espetáculo infantil que mostra a vida como ela é. O lúdico e a poesia estão presentes, mas temas pouco ou nada usuais em produções para crianças dão o tom à peça Pru-ti-ti – Memórias de estimação, da Insensata Cia. de Teatro. A montagem – em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) até 13 de janeiro – é uma das estreantes da 45ª Campanha de Popularização Teatro & Dança.
Keu Freire, ator da Insensata Cia., destaca a participação no festival que ele considera como um dos principais do gênero no país. “É realmente um evento de popularização, não só pelos preços dos ingressos, mas porque chega mesmo ao público. Para nós será um momento muito importante fazer parte disso”, afirma.
O espetáculo faz parte de uma trilogia voltada ao público infantil, ou, como ele prefere, “para as infâncias”. “Não no sentido cronológico, mas no sentido de que a infância permanece em nós mesmo quando nos tornamos adultos. É uma essência”, explica Keu. Fruto da criação coletiva da companhia, a peça é livremente inspirada em O menino e o pinto do menino, livro do escritor mineiro Wander Piroli.
Em cena, a narrativa principal conta a história de Cau, um garoto que troca um penico e latas velhas por um pintinho de estimação. A partir desse eixo, outras histórias são evocadas das memórias dos atores e incorporadas à encenação, numa brincadeira em que os atores assumem os papéis que darão vida às memórias suscitadas – como o pipoqueiro e o pescador. “A gente quis provar que produções infantis não têm que ser necessariamente fábulas, conto de fadas. Além de ser autoral, o espetáculo trata de temas como a frustração e a morte, a partir da perda de um bichinho de estimação. Quisemos mostrar que essas decepções fazem parte da nossa vida e só nos fazem crescer. E abordamos esses temas de forma poética e cuidadosa”, diz o ator.
A trilha sonora, criada especialmente para Pru-ti-ti – Memórias de estimação, e executada ao vivo, é um dos pontos altos.
ANGÚSTIA
Outro destaque deste primeiro fim de semana é Camille Claudel, sobre a vida e obra da artista francesa. Enlouquecida e morando num hospício, Camille desenha, modela e canta, relembrando sua tumultuada relação de amor e arte com o escultor Auguste Rodin, bem como sua relação com seu irmão, Paul Claudel. A peça – que estreou na edição da Campanha de 2018 – amadureceu ao longo dos meses em cartaz e traz novidades para a encenação no Teatro Marília, hoje à noite. “Logo que as cortinas se abrem, o diretor avisa que quem do público quiser ser modelo vivo e ter o seu retrato feito por Camille é só se apresentar. Para mim, que também sou artista plástica, é uma experiência muito interessante. É arriscado porque a gente não sabe como vai ficar, mas é bacana”, analisa Ivana Andrés, protagonista do espetáculo.
O monólogo é extremamente intimista e reflexivo e tem texto assinado por ela e pelo ator e diretor Luciano Luppi, seu marido. “Baseamo-nos nas cartas trocadas entre Camille e Rodin. A história se passa em um hospício, onde Camille Claudel ficou 30 anos trancafiada e acabou morrendo.
PRU-TI-TI – MEMÓRIAS DE ESTIMAÇÃO
Hoje e dias 12 e 13, às 16h. CCBB.
Praça da Liberdade, 450, Funcionários.
(31) 3431-9400. Ingressos: R$ 30 (inteira)
e R$ 15 (meia). Vendas on-line: www.campanhadepopularizacao.com.br
Nos postos Sinparc: R$ 15.
CAMILLE CLAUDEL
Hoje, às 19h, no Teatro Marília.
Av. Alfredo Balena, 586, Santa Efigênia.
(31) 3277-4697. Ingressos: R$ 40 (inteira)
e R$ 20 (meia). Vendas on-line: www.campanhadepopularizacao.com.br
Nos postos Sinparc: R$ 15.
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