A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) fará uma turnê pela China em fevereiro. É a primeira vez que o grupo vai à Ásia. “É onde está o novo mercado da música erudita”, diz o diretor-executivo da Fundação Osesp, Marcelo Lopes.
A orquestra visitará cinco cidades para oito apresentações. A primeira está prevista para o dia 14, em Xangai. No dia 7, a Osesp faz um concerto pré-turnê na Sala São Paulo.
”A turnê é parte de um movimento estratégico maior que se iniciou em 2012 com a vinda da diretora musical Marin Alsop. Uma parte crucial de nosso projeto era ampliar a internacionalização da Osesp, consolidando a sua presença na Europa continental e ampliando os horizontes para o Reino Unido e agora para a Ásia iniciando pela China continental e Hong Kong”, diz Lopes.
Alsop vai reger os concertos da turnê e, em alguns deles, o solista será o violinista chinês Ning Feng, que se apresentou com a orquestra na Sala São Paulo em 2018.
Neste ano, Alsop fará sua última temporada como regente titular e diretora musical da Osesp.
CUSTO
As negociações para a turnê pela China começaram em 2016, quando a Osesp esteve pela última vez na Europa. Além de Xangai e Hong Kong, o grupo vai passar por Anshan, Jinan, Pequim. Em Hong Kong, o grupo fará um ensaio aberto; a cidade verá também uma apresentação do Quarteto da Osesp, liderado pelo spalla Emanuele Baldini.
A Osesp não revelou o custo da turnê, mas informou que ela será financiada por cachês e patrocínios de empresas brasileiras com negócios na China. “A viagem é totalmente coberta por recursos adicionais ao nosso orçamento.”
Serão dois programas distintos. No primeiro, estão obras de Paganini, Prokofiev, Camargo Guarnieri e Strauss; no segundo, Bernstein, Villa-Lobos, Ginastera e Rimsky-Korsakov. “Prokofiev, Rimsky-Korsakov e Strauss representam grandes desafios do ponto de vista técnico e são pontos de comparação e avaliação do nível artístico da orquestra.
Na China, há uma ebulição tanto no lado da oferta – grandes músicos chineses fazendo carreira internacional – como do lado da demanda. Muitas das mais conceituadas orquestras europeias têm hoje na Ásia um mercado constante e profícuo.
O fato de a Osesp abrir o tradicional Festival de Artes de Hong Kong, por exemplo, já mostra o grau de percepção que a orquestra atingiu nesse estágio. E entendemos que as apresentações em vários países demonstram o grau de desenvolvimento e a complexidade das sociedades paulista e brasileira. Orquestras são grupos que podem ter exposição internacional, mas são fenômenos locais, representam suas comunidades e sua capacidade de entendimento mais profundo das questões culturais e humanas”, diz o diretor.
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