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AMOR E RESTOS HUMANOS


postado em 03/01/2019 05:11

A criada Bridget (Kristen Stewart) transforma a vida de Lizzie Borden (Chloë Sevigny), personagem-título do longa de Craig William Macneill (foto: emc50603Diamond Films/Divulgação)
A criada Bridget (Kristen Stewart) transforma a vida de Lizzie Borden (Chloë Sevigny), personagem-título do longa de Craig William Macneill (foto: emc50603Diamond Films/Divulgação)


Crimes hediondos costumam atiçar a curiosidade do ser humano – naquele conceito um tanto macabro de quanto pior, melhor. Pois não havia televisão ou internet quando o casal Andrew e Abby Borden foi morto a machadadas (pelo menos 40 em cada um dos corpos), em 4 de agosto de 1892, em Fall River, Massachussets. O caso virou uma febre nos jornais da época. A principal suspeita era a filha caçula de Andrew e enteada de Abby, Lizzie Borden, então com 32 anos.

Levada a julgamento, ela foi absolvida – o crime nunca foi solucionado. Entretanto, aos olhos da opinião pública não havia outro culpado além da jovem. Mesmo livre, Lizzie virou uma figura do folclore norte-americano. Foi tema de uma canção folk, virou assunto de musicais e sua história chegou à TV e ao cinema. Mais recentemente a personagem foi interpretada em duas produções por Christina Ricci: no telefilme A arma de Lizzie Borden (2014) e na série As crônicas de Lizzie Borden (2015).

Dirigido por Craig William Macneill, Lizzie, que estreia nesta quinta (3) nos cinemas, apresenta uma versão feminista da história ambientada no final do século 19. Chloë Sevigny interpreta a personagem-título, uma jovem independente, inteligente e com ideias consideradas avançadas para a época. Mas tem péssima saúde, traduzida em desmaios e convulsões frequentes. Os ataques constantes acabam fazendo com que a família, principalmente o pai repressor, a julgue incapaz.

A chegada da empregada irlandesa Bridget Sullivan (Kristen Stewart) à casa dos Borden, uma família abastada da Nova Inglaterra, é um marco na vida de Lizzie. A madrasta Abby (Fiona Shaw), que nunca se deu bem com a enteada, deixa claro para a serviçal qual é o seu lugar. Deve ser chamada Maggie, nome genérico usado para se referir às empregadas. Já Andrew Borden (Jamey Sheridan), um homem que se recusa a olhar para o progresso (a despeito do dinheiro, não acredita na chegada da luz elétrica e vive à luz de velas), acha que as filhas, solteiras, são incapazes. Não leva muito tempo até ele se esgueirar, à noite, no quarto de Bridget, que sofre calada com a chegada do patrão até a sua cama.

Lizzie logo se aproxima de Bridget, a quem ensina a ler. Ao mesmo tempo, os abusos do pai de uma e patrão da outra vão se sucedendo. Não demora muito para que as duas descubram, no sexo, a válvula de escape para a opressão. O crime, mote da narrativa, só aparece no terço final do filme. E mesmo que a história de Lizzie seja conhecida, nesta versão revisionista há alguma surpresa.

Chloë Sevigny, também uma das produtoras do longa, empresta a intensidade necessária à personagem. Kristen Stewart, um tanto apática, tem consciência de que o filme não é dela, então sabe deixar para a companheira de elenco o momento de brilhar. Ainda que o suspense seja crescente – com uma trilha cheia de climas, que pontua as partes de maior tensão – e que o espectador fique em dúvida até a parte final, a narrativa tem momentos de puro tédio, como que esperando chegar o que realmente importa. (MP)


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