Muitos anos depois de seu último filme, Stan Laurel e Oliver Hardy, conhecidos no Brasil como O Gordo e o Magro, continuam sendo a dupla mais emblemática do cinema, com uma química única, que agora é explorada em um novo filme sobre o complicado fim de suas carreiras. Stan & Ollie, que estreia nos Estados Unidos nesta sexta-feira (28), é a primeira cinebiografia desses gênios do riso, conhecidos por filmes como Filhos do deserto (1933) e Uma luta de risos (1937).
Ao lado de Buster Keaton e Charlie Chaplin, Laurel e Hardy encarnaram os anos dourados do cinema silencioso, no fim da década de 1920. O surgimento do cinema sonoro elevou a dupla ao estrelato mundial, nos anos 1930. Deixando de lado a dimensão do sucesso da dupla, em Stan & Ollie o diretor Jon S. Baird apresenta dois heróis desgastados, em busca de suas últimas risadas.
Teatro
Laurel e Hardy deixaram Hollywood em 1944. Em 1953, quando ambos estavam com mais de 60 anos, eles se voltaram aos teatros ingleses. No entanto, as plateias parcialmente vazias provocaram desilusão e tensão entre O Gordo e o Magro.
O modo como se desenrolava a parceria entre Laurel e Hardy foi em boa parte inventado pelo roteiro, já que nenhum dos dois falou publicamente sobre o assunto. Há apenas alguns depoimentos esparsos que tangenciam o tema.
“Não se tratava de replicar os filmes deles, porque eles existem. Não se tratava de explicar nada sobre a vida deles que você pode encontrar na Wikipedia agora mesmo com seu telefone, em 10 segundos. Deveria ser sobre algo que ninguém sabia, exceto eles”, disse John C. Reilly, que interpreta Hardy, em relação ao propósito de Stan & Ollie.
Com uma atuação convincente, Reilly e Steve Coogan dão vida nova à dupla: o britânico Stan Laurel, um viciado em trabalho, e o americano Oliver Hardy, um hedonista frustrado por sua forma física. Os dois compartilhavam o gosto pela comédia e também pelas mulheres, com sete casamentos no total.
“Química é uma destas coisas a respeito das quais se fala como se fosse uma chuva misteriosa que cai sobre algumas pessoas”, afirma Reilly. “Mas, de fato, você pode ganhar quando um confia no outro. E Steve e eu conseguimos, da mesma maneira que Laurel e Hardy conseguiram, ao acreditar um no outro, ao entender quem essa pessoa era, estando lá para ela, ajudando quando estava no chão.”
O ator disse que “não queria que (o filme) fosse uma mancha na memória de Laurel e Hardy”. “Essas pessoas são muito importantes para mim e influenciaram muito minha sensibilidade estética. Não queria apenas parecer bem ou fazer um bom trabalho como ator. Fiz por este homem que realmente quero honrar. Isto é grande parte do porquê fizemos este filme, nós dois. Para homenagear esses caras que não receberam em vida todo o reconhecimento que mereciam.” (AFP)