O impacto que sentimos ao ler o novo livro de Lindolfo Paoliello vai além da emoção.
Na verdade, o que mais ressalta no texto é uma constatação que não levamos a sério, segundo a visão privilegiada do autor, que o Brasil pode ser outro e mais consciente de suas forças, mas que se deixa perder por coisas ridículas.
O Brasil pode muito mais, alerta o autor no livro Prestígio – A reputação afirmando uma instituição, agora lançado.
O livro deve ser visto com um alerta aos brasileiros que, se quiserem, podem transformar o país em algo que sonhamos, mas que, infelizmente, acabamos por deixar escapar entre os dedos e, assim, permitimos que nossas eternas esperanças se percam com o tempo:
“Estamos fartos de diagnósticos e respostas que se prendem a um mesmo modelo, mesmos métodos e a mesmos personagens”, escreve o autor.
Isto nos leva a refletir em quanto o país perde no emaranhado de ignorância, subserviência, falta de autoestima e vãs ilusões em relação ao que diz a canção:
“Moro num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza, mas que beleza!!!”.
Quanto à esperança do brasileiro, Lindolfo entende que é preciso vê-la como a busca de ir ao encontro de quem somos, conhecendo-nos, aceitando-nos.
Há citações que caem como uma luva no contexto do livro.
Uma delas é de Sérgio Buarque de Holanda em O homem cordial para o qual o brasileiro vê a sociedade como uma verdadeira libertação do pavor que ele sente em conviver consigo mesmo.
São conceitos que nos fazem lembrar do tão condenado Nelson Rodrigues, que retratava o brasileiro nos seus textos e histórias de A vida como ela é.
E Lindolfo Paoliello também conta à sua maneira a ilusória vida brasileira e seus contrastes.