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A travessia de Paula Vaz


postado em 13/12/2018 05:06

A mineira Paula Vaz autografa Deserto na sede da Cas%u2019a%u2019screver(foto: Pat Manata/divulgação)
A mineira Paula Vaz autografa Deserto na sede da Cas%u2019a%u2019screver (foto: Pat Manata/divulgação)


Esse espaço desabitado/ mudez das coisas que perdem os seus nomes/ essas terras da sede/ esse território negligente/ coberto de escombros/ a sagrada inquietude/ de tudo que ainda não é silêncio/ Todo livro é um deserto.”

Esses versos da escritora e psicanalista Paula Vaz sintetizam Deserto, seu terceiro livro. Com o intuito de retratar os encontros afetivos e o processo da escrita, a publicação – “um longo poema”, segundo ela – será lançada nesta quinta-feira (13), às 19h30, na Cas’a’screver. Na mesma noite, a poetisa e ensaísta Maraíza Labanca vai autografar Partituras.

Com desenhos da artista plástica Julia Panadés e projeto gráfico de Fernanda Gontijo, Deserto integra a Coleção Livros Mínimos, projeto da editora mineira Cas’a’screver.

Paula conta que Desertos surgiu a partir de uma conversa com a ensaísta e escritora Lucia Castello Branco. “Decidi me inspirar em três publicações dela: Nunca mais (2000), Contos de amor e não (2004) e O amor não vazará meus olhos (2006). Essas leituras funcionaram como um grande dicionário no momento em que senti a necessidade de escrever”, revela.

A psicanalista lançou também Não se sai de árvore por meios de árvore: Ponge-poesia (2014) e A outra língua: o amor (2016). O primeiro é uma leitura do poeta francês Francis Ponge (1899-1988), o outro é um ensaio poético sobre relacionamentos amorosos.

“A linguagem de Deserto é diferente, pois falo a partir da primeira pessoa. É um livro mais intenso e íntimo. Os outros têm um distanciamento muito maior”, explica Paula Vaz.

AMARRAS De acordo com a autora, psicanálise e literatura – as paixões dela – têm processos semelhantes. “Nos dois procedimentos, o sujeito precisa passar por uma travessia repleta de questionamentos. Desprender-se das amarras e reinventar seu lugar no mundo. O próprio Lacan pensava que o inconsciente é estruturado como uma poesia”, observa.

A literatura surgiu mais tarde na vida de Paula Vaz, enquanto a paixão pela psicanálise chegou na juventude. “Meus pais são psicanalistas, portanto sempre estive em contato com essa linguagem. O gosto pela poesia vem do meu pai, mas a vontade de escrever surgiu a partir do meu amor por Francis Ponge. Desde então, não parei mais.”

* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria

TRECHO

Assim estiveram,
durante a travessia de muitas noites
insones.
Assim estarão,
durante a travessia de uma noite e meia,
meia lua inteira,
sete sóis
e sete águas.



DESERTO
De Paula Vaz
Editora Cas’a’screver
59 páginas
R$ 35
Lançamento nesta quinta-feira (13), às 19h30, na Cas’a’screver. Avenida Brasil, 75, Santa Efigênia


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