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Estado de Minas

Navegando na surpresa


postado em 12/12/2018 05:06


Não há como ignorar: prestando atenção, cada dia que vivemos significa um aprendizado. Mesmo que sejam casos comuns, ligados à cidade, que despertam a atenção dos moradores. Semanas atrás, comecei a prestar atenção numa pintura feita por uma equipe no muro do último quarteirão da Rua Josafá Belo, que fica bem em frente ao Círculo Militar. Pensei: um filho de Deus se cansou de ver tanta pichação sem razão e resolveu limpar a cidade. Na semana seguinte, a surpresa: além do muro branco, havia a identificação do espaço: Marinha do Brasil. Na minha implicância costumeira, imaginei logo o que nossa valorosa Marinha teria a ver neste estado tão longe do mar, com rios e lagos, sim, mas, para os leigos, Marinha sempre representa navios. Com falta do que fazer, fiquei imaginando a Lagoa da Pampulha cheia de navios, lembrando-me dos tempos de uma distante juventude, quando, aos domingos, costumávamos aproveitar a manhã passeando de barco na lagoa, na maior empolgação.

Fiquei com aquela incógnita na cabeça, pois passo no local várias vezes por dia. Porém, recebi, aqui na redação, o seguinte convite: “O comandante do 1º Distrito Naval, vice-almirante José Augusto Vieira da Cunha de Menezes, tem a honra de convidar V.Exa./V.Sa. para a cerimônia de ativação da capitania fluvial de Minas Gerais e investidura do capitão de mar e guerra Nicácio Satiro de Araújo no cargo de capitão dos portos, que será presidida pelo comandante de operações navais, almirante de esquadra Paulo Cesar de Quatros Küster, no dia 5 de dezembro de 2018, às 11h. O traje militar é o uniforme 5.3 ou correspondente e o traje civil o passeio completo.”

Pronto, estava desfeito o mistério, agora nossos portos fluviais têm não só uma capitania como um capitão de mar e guerra para tomar conta deles. Achei o maior barato, porque quando subi para almoçar, a Rua Josafá Belo estava com um lado totalmente interditado, certamente para acolher os carros dos convidados. Guardando a interdição, havia militares com farda que não consegui identificar. Fiquei pensando depois se a solenidade contaria com a presença de nosso governador eleito, Romeu Zema, que raramente deixa de lado sua camisa esportiva, de mangas arregaçadas. Se foi, será que apareceu de paletó e gravata? Como se dizia antigamente, duvi-de-o-dó.

Quebrando o mistério, esta semana desci a Avenida Raja Gabaglia – o que não faço nunca por causa do tráfego intenso em todas as horas do dia – e deparei com outra surpresa: na porta de entrada da Capitania Fluvial de Minas Gerais foi colocada uma baita âncora, muito legal e definitivamente comprobatória da ocupação do espaço. A âncora tem até amarras, bem representativas do papel que ocupam nos navios e no cais, e é bem bonitona.

Com isso, o mistério que me encucou durante muitos dias ficou definitivamente esclarecido. Com essa recordação naval, fiquei me lembrando de uma brincadeira que no meu tempo de criança fazíamos muito, mas hoje a meninada não deve nem saber o que é: pôr navios de papel para aproveitar a descida da correnteza nos dias de chuva. As chuvas de hoje não dão mais essa alegria – só dão tristeza e morte.


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