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Infinito particular

O artista plástico Artur Barrio exibe em BH desenhos que nunca mostrou em público, obras íntimas guardadas em sua residência. Exposição contará também com fotos de Cristina Motta


postado em 24/11/2018 05:09

Artur Barrio expõe em BH depois de ganhar retrospectiva no Museu Rainha Sofia, em Madri(foto: Fotos: Cristina Motta/divulgação)
Artur Barrio expõe em BH depois de ganhar retrospectiva no Museu Rainha Sofia, em Madri (foto: Fotos: Cristina Motta/divulgação)


Desenhos inéditos de Artur Barrio serão expostos a partir deste sábado (24) na Galeria Manoel Macedo Arte, em Belo Horizonte. Trata-se de um conjunto de 30 trabalhos, até então mantidos longe dos olhos do público. A decisão de apresentá-los agora é fruto do desejo do renomado artista de fugir do lugar-comum.

“Esta é uma exposição íntima, com obras que fizeram parte do meu dia a dia. São desenhos que integravam a coleção particular que mantinha em minha casa, no Rio de Janeiro. É um pot-pourri de tudo que deixava guardado”, explica Barrio.

Nascido na cidade de Porto, em Portugal, e radicado no Rio de Janeiro desde os anos 1950, ele deixou a terra natal aos 10 anos. Voltou em 1974 e viveu breve período por lá, instigado pela Revolução dos Cravos, que pôs fim à ditadura. Segundo Barrio, as terras lusitanas deixaram marcas tanto em sua vida quanto em sua obra.

“Minha carreira começou no Brasil entre 1967 e 1968, mas mantém relação com várias culturas. Não me condiciono culturalmente a qualquer país, seja Brasil, França ou China. Sou uma pessoa do mundo, estou sempre em constante ir e vir”, afirma ele, que já morou em Angola, na França, Holanda e na Suíça.

DECOMPOSIÇÃO Barrio despontou nos anos 1960 ao usar materiais orgânicos em suas instalações e esculturas. Lixo e carne putrefata eram algumas das matérias-primas pouco convencionais empregadas por ele.

Em 1970, uma de suas intervenções mais emblemáticas, Do corpo à terra, espalhou trouxas ensanguentadas envoltas em carne podre às margens do Rio Arrudas, em Belo Horizonte. A ação era uma crítica à violenta repressão e a tortura desencadeadas pela ditadura militar.

Barrio nega criar impulsionado por um ímpeto contestador. “As coisas são o que são. Essa é minha relação com a arte e nisso me situo. É claro que cada gesto de liberdade que faço é também um gesto artístico e político”, afirma. “O Brasil já foi o país do futuro. Hoje, é do futuro de alguns.”

A mostra não contará com novas obras. “Tudo já foi feito”, diz Barrio. Os desenhos podem não ser seu “trabalho de ponta”, como ele próprio avalia, mas nasceram de um objetivo certeiro: a experimentação.

Recentemente, uma ampla retrospectiva de sua carreira ficou em cartaz em Madri, no Museu Rainha Sofia, um dos mais importantes centros de arte moderna da Espanha. Em BH, o público terá a chance de conferir Artur Barrio em sua intimidade. Os desenhos são datados de 1982 a 2012.

FOTOGRAFIA Até janeiro, ele dividirá o espaço da galeria com a mulher, Cristina Motta. O casal tem modus operandi opostos e as obras não se relacionam, explica ela.

“São trabalhos completamente diferentes, apesar de vivermos juntos há mais de 20 anos. Ele trabalha com o caos. Eu, com a organização e a estética”, compara a fotógrafa.

De sua produção, Cristina destaca a série Vestígios de uma obra, em que registrou, em diversos dias e horários, uma tela de proteção vinculada a um edifício em construção. As fotos evocam a liberdade. Reúnem elementos reincidentes em trabalhos de Cristina, como a presença de sombras e do azul em imagens pictóricas que fazem alusão ao mar.

 

DESENHOS HETERODOXOS E OUTROS
Exposições individuais de Artur Barrio e Cristina Motta. Galeria Manoel Macedo Arte. Rua Lima Duarte, 158, Carlos Prates. (31) 3411-1012. Abertura neste sábado (24), das 10h às 15h. Visitação de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h30, e sábado, das 10h às 14h. Em cartaz até 12 de janeiro. 


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