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postado em 19/11/2018 11:48

Foto raríssima, no alto, mostra detalhe da pista e de uma das paredes da Guilden com desenhos pintados por Maura Dias. Abaixo, Weber Pádua Filho, Júlio Souki Amaral e Adler Victor Fernandes Teixeira atualmente e à época da inauguração da casa. Adler e Webinho também atuavam como DJs. Tão raro como a foto da boate é o convite da festa de inauguração com a nota holandesa que inspirou o nome(foto: Acervo pessoal/Wéber Pádua)
Foto raríssima, no alto, mostra detalhe da pista e de uma das paredes da Guilden com desenhos pintados por Maura Dias. Abaixo, Weber Pádua Filho, Júlio Souki Amaral e Adler Victor Fernandes Teixeira atualmente e à época da inauguração da casa. Adler e Webinho também atuavam como DJs. Tão raro como a foto da boate é o convite da festa de inauguração com a nota holandesa que inspirou o nome (foto: Acervo pessoal/Wéber Pádua)

 

 

 

Só sucessos!
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Engenheiro civil, Júlio Souki Amaral mora na Inglaterra onde trabalha no Escritório das Nações Unidas de Servicos para Projetos, tem na ponta da língua os sucessos da época. Ele cita Bizarre love triangle (New Order), Relax (Don’ do it) (Frank Goes to Hollywood), French kiss (Lil Louis), Inspiration (Section 25), Don’t make me wait (Bomb the Bass), Suburbia (Pet Shop Boys), Good life (Inner City) e Headhunter (Front 242).

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Mas, diferentemente dos dias atuais, não era fácil encontrar discos. E quando encontrados, o preço era alto. Um single, num bolachão de 180 gramas, 45 RPM, com duas músicas – uma no lado A, outra no lado B –, custava US$ 25. “Quando eu viajava, trazia uns 20 discos de uma vez só. Mas muitas vezes fomos de carro a São Paulo não só para comprar discos como a iluminação da boate. Em Belo Horizonte, naquela época só havia uma loja de iluminação e era muito caro. Não dava para nós”, diverte-se Júlio. Apesar da dedicação e força de vontade, os rapazes têm muito agradecer aos pais. Foram eles quem garantiram os US$ 9 mil dos US$ 15 mil do investimento. O restante foi levantado em empréstimos bancários. Em quatro meses a dívida com os pais e o banco estava quitada.

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Foi a Guilden também que lançou a ideia de montar seu staff de garçons com estudantes, amigos dos donos da casa. “O intervalo de descanso que os empregados têm direito era na Guilden, usados para a turma se divertir na pista. Eles podiam dançar, paquerar, mas depois de uma hora voltavam para o bar. Isso era outra diferença da casa”, aponta Júlio. Sucesso da época também estava no cardápio da casa, que não tinha variedade, era a esfirra feita pela mãe de Weber. “Eram altamente cobiçadas.” Sobre a origem do nome da casa, Weber e Júlio dizem que nada mais era que o som da palavra gulden, moeda holandesa (florim, em português) antes da adoção do euro.

 

 

GUILDEN
O INÍCIO DE TUDO

Pouca gente que passa pela Avenida Prudente de Morais no quarteirão entre as ruas Carlos Gomes e Nunes Vieira, sabe que ali, no final dos anos 1980, era o endereço preferido pela moçada que se jogava na pista ao som dos primeiros acordes da música eletrônica. A Guilden, inaugurada há quase 30 anos – o aniversário de fundação é 15 de dezembro de 1988 – foi, por dois anos, o berço da house music na capital. Por ali, muita gente dançou ao som de New Order, Pet Shop Boys, Bomb the Bass e muita coisa legal.

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A época, as opções para a rapaziada eram a New Balance, Upstairs, The Great Brazilian Disaster, Tom Marron ambas na Savassi, e Baturité, na Cidade Nova. A Le Galop já estava em alta e tocava outro tipo de música. Foi nesse cenário que entram três adolescentes, cansados da mesmice da cidade, e se lançam no projeto. Júlio Souki Amaral tinha acabado de chegar da Europa com a cabeça fervilhando de ideias quando encontrou com um grande amigo, Weber Pádua – o Webinho –, e o amigo dele, Adler Victor Fernandes Teixeira. Conversa daqui, conversa dali, bateram o martelo: era hora de Belo Horizonte ganhar um espaço diferente de tudo que existia até então.

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O trio não perdeu tempo. Descobriram o imóvel – o Sacolão Prudente de Morais, com dois andares e 700 metros quadrados – e, literalmente, saíam as ruas contando o número de pessoas que estavam nos bares e restaurantes. “Esperávamos fazer uma coisa bacana, mas a repercussão nos surpreendeu”, recorda Weber Pádua. O sucesso, ele reconhece, deve-se ao fato de terem pegado carona no início da house music. “Era um som eletrônico novo, que começava na Europa e nos Estados Unidos. E éramos radicais, não tocávamos músicas nacionais ou discoteca”, acrescenta Webinho. “Até hoje me lembro com saudades da qualidade e potência do equipamento”, recorda Adler Victor, que há seis anos trabalha em uma siderúrgica, na Europa. “Olhando para trás, parece uma loucura que nós, tão jovens, tenhamos conseguido levar um projeto tão grande adiante.”


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