(none) || (none)
UAI

Continue lendo os seus conteúdos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/mês. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas

O berço da palavra


postado em 15/11/2018 05:05

Rente como pão quente

É não perder tempo, fazer rapidamente. Tem a ver com o pão matinal da primeira refeição, pois o advérbio rente exprime proximidade, vizinhança, mas também constância, assiduidade. “O carro passou rente ao meio-fio”. “Prometo chegar bem na hora da festa, rente como pão quente”. A expressão tem tudo a ver com pressa e pontualidade, características não muito comuns em nossa gente tupiniquim. Faz lembrar a linda e saudosa Marilyn Monroe: “O dia eu sempre acerto, o problema é a hora”. Ou a assessora da grande Sarah Bernhardt: “Madame, quando a senhora quiser serão oito horas”…

Entre nós, essa atitude leniente – e meio irresponsável – é bem diferente do que aprendemos com JK em seu esfuziante governo, que trabalhava “em ritmo de Brasília”. Depois dele, mergulhamos na pasmaceira quelônia e burocrática em que os processos não andam no Judiciário, dormem nas gavetas do Legislativo e emperram no Executivo, evocando este hilário adágio de Millôr Fernandes: “Não deixe para amanhã o que você pode fazer depois de amanhã”...

RAPADURA – Feito a partir do caldo de cana após a moagem, fervura, moldagem e secagem, de sabor dulcíssimo e peculiar, o doce tem seu berço no século 16, nas Ilhas Canárias, e foi exportado para a América hispânica no século 17, época da grande expansão açucareira. Também chamada de raspadura, a guloseima ganhou esse nome por se ter originado das raspas dos tachos em que se produzia o açúcar. Depois de moldadas em forma de tijolos, seguiam para a mesa dos escravos, tornando-se alimento importante no cardápio dos negros. Como seu preço é baixo, virou um dos itens mais populares da cozinha nordestina, predileção que divide com a farinha de mandioca. A vinculação do alimento às camadas de pouco poder aquisitivo e a aparência rústica dos tabletes da rapadura respondem por um rótulo ainda hoje recorrente: comida de pobre. De fato, nos tempos do Brasil colônia, a rapadura era preterida pelas compotas e pela deliciosa doçaria portuguesa. Uma curiosidade: o consumo da rapadura no Brasil é de 1kg por habitante/ano. O maior consumidor mundial é a Colômbia, com 25kg por habitante/ano. Para os diabéticos é um tormento privar-se dela, pois é veneno para a saúde. Nada a fazer senão lamentar…

DESCAMINHO – Muitas vezes, sabemos pela mídia que criminosos do colarinho branco são presos acusados de peculato, formação de quadrilha descaminho, etc. Descaminho? O que é isso? É o desvio do caminho correto, do respeito pelas regras morais. Mais especificamente, trata-se da sonegação de impostos ou de direitos alfandegários. Consiste na importação ou exportação de mercadoria permitida por lei, mas com fraude na tributação pelo não recolhimento dos impostos devidos. Nesse caso, cabe ao Estado o direito e o dever de cobrar, através de ação penal. Exemplo de descaminho é o transporte de gasolina da Venezuela para o Brasil, com evidente vantagem para quem negocia o produto em terras nossas, pela grande diferença de preço entre os dois países. Lá, na bomba, custa quase 10 vezes menos que aqui. Como em outros casos, não se sabe que transgressores de descaminho já foram punidos em nosso país. É que a impunidade continua sendo uma das maiores vergonhas brasileiras…

VEADO – A palavra veado, com “e”, vem do latim venatus e se refere ao animal mamífero da família dos cervídeos, que inclui cervos, veados, alces e renas. Já a palavra viado, com “i”, designa o homossexual masculino, empregado geralmente de forma pejorativa. Resulta de um truncamento do adjetivo transviado, frequente na linguagem popular. Segundo Antônio Houaiss, é aquele que não obedece aos padrões sociais vigentes. Há diversas hipóteses para explicar o berço da palavra no sentido homossexual. Para o antropólogo Luiz Mott, do Grupo Gay da Bahia, apenas no Brasil se associa o cervídeo veado ao gay. Em outros países, o animal tem imagem de nobre – e até garanhão! – e sua imagem aparece em brasões e bandeiras. Hoje, as manifestações gays assumem proporções consideráveis no mundo inteiro, sendo de registrar a luta dos homossexuais para a legalização de suas uniões, inclusive com direito a pensão e adoção de crianças. Em termos de mercado, cada vez mais surgem empresas que têm como público-alvo a grande e crescente comunidade gay, sobretudo no campo da moda e do turismo. Faz lembrar Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, ao dizer que o terceiro sexo já está passando para segundo...


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)