Pra quem vive (ou não) um relacionamento infeliz ou fracassado, com falta de sexo, desejo e companheirismo, um bom remédio para desopilar ou mesmo reativar emoções é Wanderlust – Navegar é preciso, série cômico-dramática exibida pela Netflix. Depois de grave acidente de bicicleta, a terapeuta Joy (Toni Collette, impecável) “percebe” que o sexo com o marido não está lá grandes coisas, apesar de amá-lo.
Joy propõe casamento aberto a Alan (Steven Mackintosh). A decisão é comunicada à família, provoca estrondoso incômodo e, com isso, a série de Nick Payne vira A vida como ela é. Verdades incômodas, mas reais, são ditas pela protagonista em seis episódios. Afiada, em busca de reencontros ou da reconstrução do casamento, Joy compara o sexo (ou homens?) a restaurantes. Você gosta de um prato, mas chega o momento em que deve experimentar outras iguarias. Isso não significa que você vai abandonar a velha “gastronomia”. Diálogos abertos (e talvez nunca ditos) entre casais convidam a acelerar o controle remoto. A produção foge de clichês baratos sobre relacionamentos abertos e, com certeza, traz respostas muito além das cenas de sexo.
• Tetê Monteiro, jornalista