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Pesquisa cita nova espécie humana


postado em 11/04/2019 05:06

Análise de 13 fósseis entre 50 mil e 67 mil anos indica características próximas às do Homo sapiens(foto: ARMAND SALVADORE NUJARES/AFP )
Análise de 13 fósseis entre 50 mil e 67 mil anos indica características próximas às do Homo sapiens (foto: ARMAND SALVADORE NUJARES/AFP )






Pesquisadores acreditam ter descoberto uma nova espécie humana, com características morfológicas singulares, que viveu na ilha de Luzon, nas Filipinas, há mais de 50 mil anos, segundo estudo publicado ontem na revista Nature.

A análise de 13 restos fósseis (dentes, falanges do pé e da mão, fragmentos de fêmur) encontrados na caverna de Callao e pertencentes a pelo menos três indivíduos levou os pesquisadores a considerar a possibilidade de se tratar de uma nova espécie, que batizaram de Homo luzonensis.

Ela apresenta ao mesmo tempo “elementos e características muito primitivas semelhantes aos do Australopithecus e outras, modernas, próximas às do Homo sapiens”, explica Florent Detroit, paleoantropólogo do Museu do Homem e principal autor do estudo.

O Homo luzonensis “era provavelmente pequeno se julgarmos pelo tamanho de seus dentes”, indica o pesquisador. Não é um ancestral direto do homem moderno, seria uma espécie vizinha, contemporânea do Homo sapiens, mas com várias características primitivas.

Dois dos fósseis foram datados pelo método de datação radiométrica e têm 50 mil anos e 67 mil anos, respectivamente. São os restos humanos mais antigos encontrados nas Filipinas, precedendo os primeiros Homo sapiens, datados de 30 mil a 40 mil anos, da ilha de Palawan, a Sudoeste.

A análise morfológica revelou muitas surpresas. Os pré-molares do Homo luzonensis têm semelhanças com os dos Australopithecus (hominídeos africanos desaparecidos há 2 milhões de anos) e de outras espécies antigas do gênero Homo, como Homo habilis e Homo erectus.

Entre outros aspectos, esses dentes têm duas ou três raízes, enquanto os do Homo sapiens costumam ter uma, às vezes duas, apontam os pesquisadores. Em contrapartida, os molares são muito pequenos e sua morfologia muito simples se assemelha à dos homens modernos.

“Um indivíduo com essas características combinadas não pode ser classificado em nenhuma das espécies conhecidas hoje”, observa Detroit. Os ossos do pé também diferem: a falange proximal tem uma curvatura muito pronunciada e inserções muito desenvolvidas para os músculos, assegurando a flexão.

Não se parece com uma falange do Homo sapiens, mas com a de um Australopithecus, um hominídeo provavelmente bipedal e arbóreo. “Não estamos afirmando que o Homo luzonensis vivia nas árvores, porque a evolução do gênero Homo mostra que esse gênero é caracterizado por um bipedismo severo desde 2 milhões de anos”, ressalta Detroit.

TRAVESSIA

O “reaparecimento” de características primitivas no Homo luzonensis pode ser explicado pelo endemismo insular, segundo ele. Durante o período do Quaternário, a ilha de Luzon nunca esteve acessível a pé. Se hominídeos viveram lá, tiveram que encontrar um meio de atravessar o mar.

Detroit espera que colegas questionem a legitimidade de descrever uma nova espécie a partir de uma pequena amostra de fósseis. “Se, no futuro, os colegas mostrarem que estávamos errados e que esses vestígios correspondem a uma espécie que já conhecíamos, não tem problema, vamos esquecer isso”.


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