Jornal Estado de Minas

Bem-estar

Saiba como usar os óleos essenciais

Promessas de mudanças e de uma vida melhor e mais saudável são renovadas todos os anos. É comum estabelecer metas como se alimentar melhor, praticar atividades físicas, cuidar da saúde física, emocional e, até mesmo, vibracional, mas nem sempre elas são cumpridas. Para quem acredita no poder da aromaterapia, a técnica por ser um método surpreendente para renovar as energias neste ano.




 
Expressão originada das palavras gregas aroma (odor agradável) e therapeia (tratamento), ela é considerada uma arte antiga, e, ao mesmo tempo, uma ciência que mistura óleos essenciais extraídos de plantas e outros compostos vegetais para equilibrar, harmonizar e promover a saúde do corpo e da mente. O profissional que atua na área é o aromaterapeuta e, após um diagnóstico com o chamado interagente – aquela pessoa que vai usar os óleos essenciais –, é quem indica a aplicação, o tipo e a quantidade dos produtos. Existem itens que podem ser inalados ou de aplicação tópica em diluições, observadas quantidades ideais e seguras.
 
Especialista na área, Elziane Paim explica que os óleos são compostos com alta concentração e requerem recomendação profissional (foto: Pixabay )
Reikiana e professora de aromaterapia, a fundadora da Âme Du Champ, Elziane Paim, explica que os óleos essenciais são compostos bastantes concentrados – uma gota equivale a 24 xícaras da planta – extraídos por destilação a vapor de diversas partes das plantas aromáticas, como folhas, flores, tronco, rizomas e raízes. As substâncias contêm composições químicas com propriedades terapêuticas. “Eles são os metabólitos secundários das plantas, ou seja, são óleos produzidos com a finalidade de defesa, polinização, proteção, regeneração e adaptação da planta no ambiente, ao clima, aos predadores, entre outros fatores de seu hábitat.”
 
Elziane Paim esclarece que, de forma bastante eficaz, os óleos devem ser utilizados por inalação ou de forma tópica; nesse caso, sempre diluídos em base carreadora. “Não é recomendado o uso puro do óleo essencial na pele, porque devido à sua composição química complexa ele pode causar irritações, alergias e até queimaduras. A quantidade depende do objetivo e para não errar. Na aromaterapia, temos um mantra: ‘menos é mais’”, afirma.




 
Para inalação, ela informa que o uso por cinco dias é suficiente para obter bom resultado. No chamado colar aromático, uma gota será o bastante. No aromatizador de tomada, são necessárias até quatro gotas, e no aromatizador elétrico deve ser seguida a orientação do fabricante. A aplicação na pele é indicada para casos de tratamentos definidos e cada parte do corpo requer uma quantidade específica que será recomendada pelo profissional da aromaterapia.
 
“Quanto ao tempo de uso, a depender do tratamento, o aromaterapeuta fará a melhor indicação, mas considerando uma estimativa segura, uma vez ao dia, por três dias, é ideal para alívio do sintoma tratado”, recomenda Elziane Paim. A ingestão de óleos essenciais não tem, no Brasil, a comprovação e estudos aprofundados a respeito de seus benefícios a longo prazo.

Interação  Segundo a aromaterapeuta, o conhecimento sobre a ingestão de óleos essenciais ainda é restrito e os registros mostram somente a prática de outros países, como a França e a Inglaterra, onde o uso dos óleos essenciais ocorre há mais de 100 anos e é prescrito por médicos, profissionais habilitados que têm conhecimento sobre o funcionamento do corpo humano. “A ingestão é recomendada por eles para tratamento de doenças, e não para composição de alimentos como saladas, doces e sucos, como é recomendado aqui no Brasil”, observa.




 
Pesquisas concluíram que óleos essenciais, quando ingeridos, são metabolizados pelo fígado para depois serem excretados, assim como alimentos e medicamentos. Algumas moléculas dos óleos essenciais interagem no metabolismo do fígado junto a alguns medicamentos, podendo causar hemorragia, risco de intoxicação renal, aumento ou redução do efeito do medicamento, e elevação no tempo de coagulação do sangue, entre outros efeitos. Por isso, o médico é o profissional adequado para prescrever a ingestão dos óleos essenciais, desde, é claro, que ele também conheça profundamente as propriedades e ações dos óleos essenciais no organismo humano.

* Estagiária sob supervisão da editora Teresa Caram
 

Ação sob medida e supervisão 

A engenheira Paula Divino, de 41 anos, conheceu a aromaterapia por meio de uma psicóloga com quem ela se tratou. “Preparou um gel para eu usar nas pernas e melhorar o inchaço que eu apresentava por passar muitas horas assentada. Depois me deu algumas gotas do óleo de camomila para inalar e trazer calma”, conta. Os produtos ajudaram no controle da ansiedade, de acordo com a engenheira, e a técnica resultou em conforto durante momentos desafiadores da vida dela.
“Acredito muito na aromaterapia como uma aliada para desencadear em nosso corpo aquilo que já temos de bom, rememorar em nossos sistemas que está ali a saúde que, muitas vezes, buscamos fora”, afirma Paula Divino. Ela define a aromaterapia como “algo incrível, transformador e restaurador” em sua vida.




 
Aprofundar nos conhecimentos sobre os óleos essenciais, para a engenheira, foi uma consequência da adesão à terapia no dia a dia. “São muitas diferenças vivenciadas. Cada aroma traz um conforto diferente. O mais comum é sentir paz, calma, confiança e fé. Muitas vezes, é como se você estivesse recebendo um abraço e ouvindo alguém dizer: 'vai ficar tudo bem. Siga em frente. Vá devagar se preciso for, mas vá'”, afirma.
 
A aromaterapeuta Elziane Paim explica que é importante saber as propriedades de cada óleo essencial, sua procedência e observar nome científico, informações na embalagem do produto, validade, indicações e contraindicações. “Devido à extensa composição química, entretanto, a simples leitura do rótulo não é suficiente. Primeiramente, o indivíduo deve fazer uma autoanálise para identificar o que sente, quando sente, onde sente. As informações iniciais sobre as propriedades de um determinado óleo essencial indicarão um caminho, mas o principal é experimentar o óleo essencial escolhido”, diz.
 
Ao inalar o óleo essencial, o próprio usuário já será capaz de identificar se o aroma traz boas lembranças e sensações agradáveis e reconhecer nele os benefícios naquele momento. Outra dica é que o mesmo óleo não atenderá várias pessoas da mesma forma. As queixas são tratadas com óleos essenciais diferentes. “O aromaterapeuta indica qual óleo essencial usar, como, quantidade e tempo, além de acompanhar os resultados pontualmente com o interagente” completa Elzine Paim.




Com base nas recomendações da aromaterapeuta, os óleos essenciais podem ser usados por pessoas de todas as idades, a partir dos 3 meses de vida. Há produtos contraindicados para gestantes, crianças, idosos, hipertensos e epiléticos, entre outros públicos.
 

Aliada da saúde

Os benefícios da aromaterapia são aqueles que os óleos essenciais trazem em si. Como produtos naturais, originados de plantas, eles obedecem ao seu próprio ritmo, induzindo e estimulando o corpo 
humano no seu equilíbrio, cada um na sua individualidade