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Estado de Minas SAÚDE

Apoio emocional para mulheres que sofrem abortos espontâneos e de repetição

Empatia é a palavra-chave em casos de abortos espontâneos e de repetição. É preciso investigar o que provocou para seguir uma nova gravidez


06/03/2022 04:00 - atualizado 02/03/2022 15:44

Ilustração
É preciso acolher a mulher que teve a gestação interrompida (foto: Pixabay)


O avanço da medicina trouxe compreensão na maior parte dos aspectos que envolvem a gestação, deixando os casais mais tranquilos nesse período. Ainda assim, em alguns casos, nem a ciência é capaz de antever e controlar traumas como o de abortos espontâneos e de repetição.

Nessas condições, é fundamental unir os métodos científicos a um tratamento com empatia e apoio emocional para ajudar no processo de entender o que ocorreu e seguir para uma nova gravidez.
 
Especialistas alertam não ser incomum o aborto subclínico, considerado quando a gestação ainda não atingiu 12 semanas, podendo acontecer em até 30% das mulheres até 35 anos – esse número aumenta ainda mais após essa idade e pode chegar a cerca de 50% até os 42 anos.

Da 12ª até a 20ª semanas, a frequência de perda espontânea fica mais baixa, mas ainda pode ocorrer em 10% dos casos. Nesse período, a recorrência pode causar uma condição mais grave, chamada aborto de repetição.
 
João Pedro Junqueira Caetano, médico ginecologista
(foto: Léo Horta/Divulgação)
 
 

"O sentimento de perda para a mulher e para o casal, é um luto, um sofrimento muito grande. É preciso estar do lado, ter atenção, dar suporte"

João Pedro Junqueira Caetano, ginecologista e especialista em reprodução assistida da Huntington Pró-Criar

 
 
“Academicamente, o aborto de repetição é considerado após três perdas clínicas, entre a 12ª e a 20ª semanas, que é quando a gestação já foi visualizada no ultrassom. Antes disso, a mulher está com a menstruação atrasada, já pode ter feito algum teste que deu positivo, mas o aborto espontâneo nessa gravidez bioquímica é mais comum e não é considerado”, comenta João Pedro Junqueira Caetano, ginecologista e especialista em reprodução assistida da Huntington Pró-Criar.
 
Ele ressalta que é uma situação delicada e destaca a participação dos médicos que acompanham esses casais em tratamento e já começam a investigar após a segunda perda da gestação nesses critérios.

“É importante falar do apoio emocional multidisciplinar que o casal precisa nesse momento para se ter resiliência e o médico precisa ter empatia. É a palavra-chave. O sentimento de perda, o emocional para a mulher e para o casal, é um luto, um sofrimento muito grande. É preciso estar do lado, ter atenção, dar suporte”, analisa.

IDENTIFICAR CAUSAS  Segundo o ginecologista, entre as causas mais conhecidas de abortamento estão as genéticas, imunológicas, uterinas, infecciosas e hormonais. “É importante esclarecer que o aborto recorrente pode ser causado por fatores femininos e masculinos, e a identificação das causas só é possível após uma investigação completa, incluindo avaliação clínica e a realização de exames de imagem e laboratoriais”, diz.
 
Em geral, os abortos mais tardios estão relacionados com má-formações uterinas, como o útero didelfo (dois úteros formados por dois cornos uterinos e dois colos), o útero bicorno (dois corpos uterinos em um só colo) e o útero septado (com uma fenda na cavidade uterina), esses dois últimos sendo dos mais recorrentes causadores da perda gestacional.
 
Ainda assim, Junqueira Caetano lembra que além de outras causas anatômicas ou diagnosticáveis como alterações cromossômicas, hormonais ou endócrinas, que podem aumentar a chance de interromper a gestação, há também casos em que não é possível saber o que causou o aborto.

“O grande problema hoje é a perda gestacional sem causa aparente. Quando o casal tem perdas assim, você faz exames para tentar identificar – como os testes genéticos que detectam alterações cromossômicas como translocação –, mas uma pequena parcela você fica sem saber”, aponta.
 
O especialista também esclarece que, em casos sem causa identificada, é preciso apoiar o casal para que continue tentando caso ainda haja tempo. No entanto, o panorama da sociedade que prolonga a decisão de engravidar para mais tarde pode impactar de forma negativa no tratamento.
 
“Precisamos do avanço da medicina, mas fazendo um esclarecimento e sendo didático. Se atrasar a maternidade, tem riscos lá na frente. Outras vezes, temos que dar um suporte emocional para que continuem tentando. O casal precisa tentar mais vezes, mas, muitas vezes, eles ficam decepcionados e tristes e, no mundo atual, todos estão ficando mais ansiosos. Muitos acabam querendo ir direto para a fertilização”, detalha.

NOVA GRAVIDEZ  Médico ginecologista especialista em fertilização, Junqueira Caetano explica que primeiro é necessário identificar e tratar a causa do abortamento recorrente antes de tentar uma nova gravidez. Quando as perdas gestacionais persistem, mesmo após o tratamento clínico, a fertilização in vitro com biópsia para análise genética do embrião pode ser recomendada.
 
A técnica consiste em estimular o desenvolvimento de vários óvulos, que então são coletados e fertilizados em laboratório. Posteriormente, os embriões são submetidos a estudos genéticos (Teste Genético Pré-Implantacional) para rastrear alterações cromossômicas e evitar a transferência de embriões com anomalias genéticas.
 
“A fertilização in vitro com análise genética dos embriões é o maior avanço que temos atualmente. Quando você tem uma alteração cromossômica, por exemplo, deve fazer a fertilização in vitro para identificar a alteração dos pais na biópsia. Então você procura um embrião que não tenha. Já quando você não tem a causa conhecida, algumas vezes a fertilização in vitro ainda pode identificar embriões mais alterados e aumentar a chance de gestação normal, mas não é 100%”, esclarece.


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