Jornal Estado de Minas

Saúde

Dezembro Laranja: chegada do verão requer prevenção do câncer de pele


Com o avanço da vacinação e redução das restrições a viagens, muitas pessoas devem estar ansiosas para aproveitar o verão. Mas o que a pandemia não apagou foram os riscos da exposição excessiva ao sol nesta época do ano. Por isso, o último mês do ano foi escolhido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia para a campanha do Dezembro Laranja, que conscientiza as pessoas dos cuidados com a pele e a prevenção do câncer.





 

“Este é o primeiro verão após quase dois anos de restrição de viagens, e com a vacinação já adiantada, é provável que muitas pessoas procurem sair de casa para aproveitar um tempo de lazer ao ar livre. A saudade da praia, da cachoeira ou do clube pode fazer com que nos esqueçamos de evitar grandes períodos de exposição ao sol, o que aumenta os riscos do aparecimento do câncer de pele”, diz Fernanda Soardi, assessora técnica em Genômica e Genética do Laboratório Lustosa.

 

Esse é o tipo de câncer mais frequente no Brasil, com 180 mil casos registrados por ano, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). A doença atinge ambos os sexos, mas é diagnosticada mais frequentemente após os 40 anos de idade e em pessoas de pele branca.

 

Diferenças

 

Existem dois principais tipos de câncer de pele, o não-melanoma e o melanoma. O tipo não-melanoma é o mais comum e está associado a um risco diminuído de mortalidade. Contudo, dependendo da demora no diagnóstico e na extração, pode causar marcas e deformações no corpo da pessoa. 





 

Já o melanoma é a forma menos frequente de câncer de pele, mas com um risco maior de mortalidade. Ele tem origem nos melanócitos, células responsáveis pela produção da melanina, substância que dá cor à pele. “No princípio, o melanoma se desenvolve na camada mais superficial da pele, onde costuma aparecer em forma de pinta, mancha ou de um sinal, o que facilita a remoção cirúrgica e aumenta a chance de cura. Contudo, quanto mais demorado o diagnóstico, maior a possibilidade de agravamento, do avanço da condição clínica e aumenta o risco metástase do tumor”, destaca Fernanda. 

 

Fatores genéticos

 

Assim como ocorre em todos os tipos de câncer, no caso do melanoma é necessária ao menos uma alteração genética para iniciar a formação do tumor. Essa alteração pode estar presente no indivíduo desde sua formação ou pode surgir no decorrer da vida devido a eventos e fatores que propiciem a formação de alterações genéticas como, por exemplo, a radiação solar.

 

Entre 5% e 12% dos melanomas são causados por variantes genéticas hereditárias, presentes desde o nascimento do indivíduo. De acordo com Fernanda Soardi, este é um importante motivo para que familiares de pacientes diagnosticados com a doença mantenham o acompanhamento médico e façam exames preventivos regularmente.

 

“Quando mais de um indivíduo na família apresenta melanoma ou a manifestação ocorre em idade atípica ou em indivíduos de grupos mais raramente acometidos pela doença, a possibilidade de melanoma hereditário ou familiar deve ser considerada. Vários genes já foram associados à doença e podem ser investigados por meio de painéis multigênicos para melanoma ou para câncer hereditário”, complementa a assessora. 





 

Um adequado acompanhamento clínico e um bom conhecimento sobre o histórico pessoal do indivíduo e da sua família permitem o direcionamento para os exames genéticos que podem ser mais informativos em cada caso. Quanto mais precocemente detectado, independentemente do tipo de câncer de pele e se hereditário ou não, maior a chance de um tratamento adequado e de cura, quando possível.

 

“O cuidado com a pele não deve ser restrito ao mês de dezembro, se tiver dúvida sobre manchas, pintas ou sinais não hesite em procurar um dermatologista para que ele faça ou solicite exames detalhados”, conclui Fernanda Soardi.

 

*Estagiária sob supervisão  

audima