Jornal Estado de Minas

FORMAÇÃO

Referência em microcirurgia ministrará aulas no João XXIII, em BH

 A equipe de microcirurgia do Hospital João XXIII (HJXXIII) terá a oportunidade, nos dias 3 e 4/9, de trocar experiências com o cirurgião plástico Rui Ferreira. O profissional, referência nacional em anomalias congênitas da mão, trauma e em plexo braquial, participará de cirurgias e ministrará uma aula com o tema “Microcirurgia fora da zona de conforto”. 





O hospital da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) conta com o serviço de microcirurgia em cirurgia plástica desde janeiro de 2019. O objetivo do convite é fomentar a formação e capacitação da equipe de trabalhadores da unidade. 

A cirurgiã plástica e coordenadora do serviço de microcirurgia reparadora do HJXXIII, Vivian Lemos, destaca o valor profissional da experiência. “Esse intercâmbio de profissionais é maravilhoso. Estou sempre trazendo profissionais e também visitando hospitais em outros estados. A troca de experiências é fundamental para que o serviço cresça”, comenta. 

Ela enfatiza que será uma grande oportunidade não só para a equipe, mas também para os pacientes que serão atendidos pelo cirurgião. 

Microcirurgia em foco: quem é Rui Ferreira? 


Rui Ferreira opera no Hospital SOS Mão, em Recife (PE). O cirurgião participa de missões humanitárias organizando mutirões para a realização de cirurgias reparadoras, de forma gratuita, em crianças e adolescentes com deformidades nas mãos e nos pés. 





Com mais de 50 anos de carreira, já foram promovidos 38 mutirões no Brasil e outros 64 em países que passaram por guerra ou situações de conflito, como Vietnã, Jordânia e Irã. 

“Já operei mais de 100 mil mãos no SOS e mais de 4 mil em todo o mundo. Na visita ao João XXIII, quero falar sobre minha longa experiência em microcirurgia e tentar incentivar os médicos mais jovens”, diz o especialista. 


Microcirurgia no João XXIII

 
Hospital XXIII conta com o serviço de microcirurgia desde janeiro de 2019 (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Segundo a coordenadora do serviço de microcirurgia reparadora, somente nos últimos 12 meses foram 19 casos atendidos no hospital. A maioria deles reconstruções de membros inferiores pós-traumas, causados por atropelamentos, acidentes de moto ou carro.





A técnica cirúrgica para procedimentos desta natureza é baseada no uso de microscópio para a manipulação de estruturas anatômicas de pequenas dimensões. Assim, aumenta-se a precisão do procedimento, sendo indicada para conexão de vasos, veias e reconstrução de tecidos. 

Ela explica que a microcirurgia reparadora é uma ferramenta utilizada por todas as áreas cirúrgicas que têm a reconstrução como ponto-alvo. “Temos uma equipe grande, com várias especialidades que são selecionadas para acompanhar o procedimento microcirúrgico de acordo com cada caso. Na cirurgia plástica, trabalhamos com trauma”, pontua. 

O serviço também é utilizado para cirurgias de pacientes vítimas de queimaduras. Nesses casos, ele permite a recuperação de lesões quando há exposição de estruturas nobres e tendões, por meio da retirada de tecidos que podem vir de áreas distantes do corpo. 

O hospital tem recebido pacientes transferidos de todo o estado, a maioria vítimas de traumas complexos. No caso dos queimados, são pacientes que perderam os movimentos devido a uma lesão nervosa, sendo indicada a microcirurgia. 

Além da cirurgia plástica, o serviço de microcirurgia no Hospital João XXIII é composto pelas equipes de cirurgia de mão, cirurgia vascular, neurocirurgia e ortopedia.






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