Jornal Estado de Minas

VÍRUS

Aumento de herpes-zoster em adultos tem relação com vírus da COVID-19

Com o passar dos meses e com o avanço da vacinação, a comunidade científica tem se voltado para as pesquisas sobre os efeitos do vírus da COVID-19 a longo prazo. Vários estudos têm tido como foco principal a análise da saúde dos recuperados da doença.  

Atualmente, cientistas apontam fortes indícios da relação do coronavírus com o aparecimento de outras doenças. Em alta entre adultos que foram infectados pela COVID-19 está o vírus da varicela, causador da herpes-zoster, popularmente conhecida como cobreiro. A doença é causada pelo mesmo vírus da catapora e normalmente atinge pessoas acima de 50 anos. 





Estudos preliminares apontaram uma alta de 35% no número de casos da doença desde março de 2020, data do início da pandemia. Um dos levantamentos foi realizado pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), utilizando dados do Sistema Único de Saúde (SUS). 

Assim como a COVID-19, a proteção contra a herpes-zoster pode ser feita por meio de vacinação. No Brasil, o imunizante é disponibilizado pelo sistema público de saúde para crianças até dois anos. Adultos que não tomaram as doses na primeira infância devem buscar clínicas particulares de vacinação. 

Relação entre herpes-zoster e COVID-19 

Segundo a responsável técnica de vacinas Marta Moura, do Laboratório Lustosa de Belo Horizonte, o herpes-zoster se aproveita da baixa imunidade do paciente adulto com COVID-19. “Nessa faixa, pode ocorrer fisiologicamente uma baixa do sistema imunológico e, por ser uma doença oportunista, é o momento que ela se desenvolva”. 




Vacinação é a forma mais efetiva de evitar a herpes-zoster (foto: Fabio Rodrigues/Agência Brasil/Reprodução )

Marta enfatiza que pessoas com mais de 50 anos que que tiveram catapora na infância já são mais propensas a desenvolver a doença.

A única forma de prevenção é a vacina. Em 2013, o Ministério da Saúde introduziu o imunizante, o mesmo criado contra a catapora, na rotina de vacinação de crianças entre 15 meses e dois anos pelo SUS.  

Ao buscar a vacina, recomenda-se a atenção às contraindicações. Ela não é indicada para pessoas que possuem alergia grave a algum dos componentes presentes nas doses, pessoas com tuberculose ativa não tratada e gestantes. 

“A vacinação é o meio mais eficaz para a prevenção da doença, protege contra as formas graves, evitando sequelas ou comprometimentos indesejáveis”, conclui Marta Vieira.





É recomendada, ainda, a adoção de uma alimentação balanceada rica em nutrientes e vitaminas para auxiliar no bom desempenho do sistema imunológico. 


O que é o herpes-zoster? 


Na maioria dos casos, a ocorrência da doença é registrada em adultos que já foram infectados pelo vírus da varicela, a catapora. Altamente contagiosa, mas geralmente benigna, ela se manifesta com maior frequência em crianças.

Uma vez adquirido o vírus, embora a pessoa esteja imune, ele permanece no corpo ao longo de toda a vida. Em algumas situações, pode ser reativado e causar o herpes-zoster

A doença provoca uma infecção severa, que acomete terminações nervosas, além da pele. A doença pode causar muita dor, formigamentos, secreção purulenta e, em casos mais graves, problemas neurológicos como paralisia facial, surdez ou cegueira.

A sequela mais severa é a neuralgia pós-herpética, que se caracteriza por uma dor muito intensa e que pode perdurar por anos.

* Estagiária sob supervisão do subeditor João Renato Faria

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