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Estado de Minas

Um encontro consigo


21/04/2021 14:54

(foto: Lúcio Telles/Divulgação)
(foto: Lúcio Telles/Divulgação)

"Quando você troca a palavra técnica por relação, tudo se transforma. E você começa a entender que a sua dificuldade em colocar as palavras no papel pode estar ligada a outras causas que não apenas o receio de escrever errado. Mas está ligada ao seu medo em se mostrar vulnerável, em se expor"

Ana Holanda, jornalista e escritora


Jornalista, escritora e uma apaixonada pelas palavras, Ana Holanda explica que é possível despertar o interesse pela escrita por ser um processo de condução: “Quando a pessoa passa a olhar para a escrita não apenas como técnica, mas também como relação, escrever se torna algo mais fácil e possível”. Por isso, conquistar e praticar a chamada escrita afetuosa é um presente que cada um pode dar a si mesmo que, certamente, vai reverberar no outro. “Escrita afetuosa é aquela que afeta, toca, marca o outro. É uma escrita que é conversa. É um processo muito bonito em que a gente se encontra primeiro para depois encontrar o outro. Grosso modo, poderíamos dizer que é uma escrita mais humanizada”.

Para Ana Holanda, a escrita é uma ferramenta potente para o bem-estar e a saúde mental. “Indico muito a prática de um diário para que as pessoas escrevam sobre o que estão sentindo. E aí vem algo bem interessante. Falar para alguém 'escreva sobre o que você está sentindo' pode ser fácil, mas para quem precisa escrever não é. Como escrever sobre a tristeza, a angústia, a ansiedade, o desânimo? Como escrever sobre aquilo que, muitas vezes, é até difícil de falar sobre? É aí que entra o processo de condução. Falar sobre algo que nos incomoda, dói, é algo grande demais, algo inacessível. É como entrar num lugar 'chutando a porta', ou seja, pode ser assustador.”

TRANSBORDAMENTO  
Mas Ana Holanda alerta que as palavras também podem ser gentis. “Não dá para começar por esse lugar 'grande' (a tristeza), mas você pode começar, por exemplo, por algo ao seu redor: a pilha de papéis acumulados na mesa (que pode representar sua ansiedade), a cor da blusa que você está usando que é da mesma cor que a sua mãe gosta (um texto sobre saudade)... E dessa forma vamos escrevendo e conseguindo perceber o que estamos sentindo a partir de um olhar de perspectiva. Além disso, é uma escrita que alivia, tira um peso, nos ajuda a transbordar.”

Além de ajudar com as questões pessoais, a escrita também é uma forma de dar saltos na vida profissional, dos negócios. Para Ana Holanda, a escrita deveria ser uma conversa sempre. Ela percebe, cada vez mais, como as empresas estão percebendo que a escrita praticada hoje no meio corporativo, de uma forma geral, não conversa com ninguém (pelo automatismo, pelo formato “enquadrado”, pelo uso das palavras). E cada vez mais as pessoas sentem a necessidade de ser percebidas, enxergadas. “Ela não quer mais ser uma colaboradora, mas uma pessoa que sente, que se relaciona. É humanizar o discurso. E isso pode ser também um grande diferencial para pequenos negócios e empreendedores: conversar olho no olho, construir uma relação, um laço com o outro. É isso, o laço que criamos, que nos ajuda a sobreviver em meio ao caos, às dificuldades, aos tempos difíceis. É isso que ensino no curso Alma, produção de conteúdo para pequenos negócios (https://materiais.coolhow.com.br/curso-alma)”, diz.

Portanto, a escrita afetuosa também é um ato reflexivo. “Quando passamos a ter a real consciência em relação ao que estamos escrevendo, ela se torna um ato reflexivo. A maior parte das vezes escrevemos de um lugar muito automático, percebendo a escrita apenas como um caminho de regras. Quando você troca a palavra técnica por relação, tudo se transforma. E você começa a entender que a sua dificuldade em colocar as palavras no papel pode estar ligada a outras causas que não apenas o receio de escrever tecnicamente errado. Mas está ligada ao seu medo em se mostrar vulnerável, em se expor”, destaca a escritora.

Para ler...
(foto: Reprodução)
(foto: Reprodução)

Livro: “Como se encontrar na escrita: O caminho para despertar a escrita afetuosa em você”
Autora: Ana Holanda
Editora: Bicicleta Amarela – 1ª edição (6 agosto 2018)
Número de páginas: 224
Preço sugerido: R$ 25

Curso on-line

Ana Holanda montou o curso em que ao longo de nove módulos, 17 aulas e uma série de exercícios práticos o aluno mergulha na chamada escrita afetuosa, aquela que toca, afeta, que é ponte com o outro. As aulas são gravadas. E as inscrições ocorrem por meio de turmas – então, é preciso esperar a abertura de uma turma para participar. Há, ao longo do curso, alguns encontros ao vivo para tirar dúvidas e o material fica disponibilizado por um ano. O fio de condução é a escrita afetuosa. Nela, você irá entender os elementos que um texto carrega para ser conexão, conversar e afetar o leitor; como a escrita nasce; como torná-lo um ato mais reflexivo e menos automático; e, ainda, como desenvolver uma escrita mais autêntica, com clareza e sensibilidade. Um curso indicado para quem quer melhorar a própria escrita; quebrar medos e barreiras relacionados à produção do texto; e desenvolver narrativas para projetos pessoais ou profissionais: https://materiais.coolhow.com.br/ana-holanda.


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