Jornal Estado de Minas

Bem-estar

Entenda os benefícios do consumo de frutas da estação


A ingestão de alimentos na safra correta pode ser benéfica para a saúde. Isso porque, segundo especialistas, além de mais baratas, as frutas da estação, quando colhidas e consumidas no período certo, podem propiciar mais saúde e bem-estar, visto que esses alimentos tendem a ficar livres ou com menor carga de agrotóxicos.  

Quando se consome alimentos da safra, ingere-se uma menor quantidade de agrotóxicos, pois frutas, verduras e legumes que estão fora de época acabam sendo produzidos com a utilização de pesticidas.



"Em alguns casos, essa ingestão pode causar reações alérgicas e intolerâncias. E, mesmo que não ocorra nenhuma manifestação anormal do organismo, os alimentos fora de safra tendem a não ser tão saborosos, pois o sabor tem relação com o período, clima e ambiente de produção”, explica a nutricionista comportamental Ruth Egg. 

De acordo com Ruth, a parte nutricional também sofre interferência, já que os alimentos considerados de safra têm mais vitaminas e minerais, sendo mais nutritivos, justamente por absorverem melhor os nutrientes dispostos pelo solo.

No entanto, a nutricionista destaca que esse fator não indica que se deve consumir apenas alimentos da estação em vigor, justificando-se pela grande quantidade e variedade de nutrientes que o organismo humano necessita. 

“Mas é importante que a preferência seja dada pelo consumo de alimentos da safra, já que o custo/benefício desse recurso é enorme.” 

Ruth elucida que a qualidade das frutas, considerando a safra correta, pode ser percebida pelo cheiro e cor dos alimentos. E explica, também, que essa “boa safra” tem relação direta com o local onde foi produzido, principalmente levando em conta o clima. “Quando estão na estação ideal para colheita, os alimentos tendem a ficar com a cor mais bonita, forte e uniforme.” 

Safra de agosto 


Com o mês de agosto em pleno movimento, Ruth diz que as frutas, normalmente, colhidas nesta época do ano, em sua safra correta e com maior valor nutricional são: caju, carambola, laranja-pêra, lima, maçã, tangerina e morango.



Quanto aos legumes, a nutricionista cita cará, cenoura, ervilha, fava, inhame, mandioca e pimentão como as melhores opções para o mês. 

Já as verduras ideiais de serem consumidas neste período são: agrião, couve, couve-flor, escarola, espinafre, mostarda e rúcula. Mas, a nutricionista pontua que o Brasil, por ser um país tropical, tem a vantagem de ter, em seu território, uma escala considerável de alimentos naturais que se adaptam ao solo

“Por isso, frutas, legumes e verduras, cada um com suas características individuais, acabam se adequando melhor a determinadas regiões. E, justamente devido a isso, a colheita certa e o período ideal para o cultivo vão ter mais relação com o clima da região, do que de fato com o mês do ano.” 

Mais nutrição 


A fim de construir uma alimentação mais saudável e nutritiva, alguns fatores podem ser levados em consideração para que, assim, mesmo os alimentos de safra já sendo mais saudáveis, este teor nutritivo seja melhor aproveitado.

Dessa forma, Ruth destaca que esse processo tem início ainda na higienização dos alimentos e perpassa, também, pela forma de consumo

“Algumas frutas, após higienizadas, podem ser consumidas com casca ou com bagaço, potencializando ainda mais suas propriedades. No caso dos legumes, alguns podem ser consumidos crus. Já outros, se feitos no vapor, têm seus valores nutricionais praticamente inalterados. As verduras, de preferências, devem ser consumidas cruas”, recomenda. 





A nutricionista pontua, ainda, que alguns alimentos podem ser substituídos na alimentação, sem perder valor nutricional, caso se faça necessário, seja por razões de safra ou mesmo pelo preço.

“Tem que se investir naquilo que vai nutrir o corpo. Mas existem variações durante todo o ano nos preços dos produtos. Por isso, é válido fazer substituições. Assim, o bolso não pesa e nem o corpo sofre pela falta de nutrientes.” 

Ruth Egg, nutricionista comportamental (foto: Marcus Santiago)
Sendo assim, Ruth frisa que a manga e o mamão, por exemplo, podem ser substituídos pela laranja-pêra e/ou pela tangerina, ambas frutas da safra atual. Enquanto isso, a cenoura e a abóbora podem suprir o espaço do tomate, sem perder em nutrição.

“Já a batata inglesa, a batata doce e a mandioca podem se substituir e podem substituir, também, o arroz. O feijão pode ser substituído por lentilha, grão de bico, vargem e ervilha. E o brócolis por couve ou espinafre.” 

No entanto, Ruth destaca que, nesses casos, se faz necessário consultar um especialista para que as melhores escolhas sejam feitas. “É importante que cada caso seja analisado individualmente, para que as propriedades de cada alimento sejam aproveitadas de maneira satisfatória”, diz. 

* Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram