Jornal Estado de Minas

SAÚDE

Saiba como cuidar da pele no inverno




A pele é um órgão sensível do corpo, e um simples banho, sem a devida cautela, pode danificar camadas da epiderme e causar danos ao organismo, conforme constatam especialistas. Portanto, durante o inverno, alguns cuidados precisam ser intensificados, a considerar que as baixas temperaturas desta época do ano podem interferir em alguns hábitos humanos e sobrecarregar a pele. A alta umidade também pode ser um fator prejudicial.





Segundo o dermatologista Lucas Miranda, esses dois fatores climáticos advindos da estação mais fria do ano proporcionam uma diminuição na transpiração corporal e, também, na produção oleosa da pele, alterando costumes e cuidados tidos com a epiderme. Isso porque, com os termômetros marcando temperaturas mais baixas, há uma tendência maior para que as pessoas optem por banhos mais quentes.

“Para se ter noção, 15 minutos de chuveiro quente sobre a pele já é tempo suficiente para comprometer a camada responsável por segurar a hidratação. A água do banho, quando está em temperatura muito elevada, faz com que a pele perca água e lipídeos, afetando essa proteção”, explica.

Além disso, Miranda pontua que, durante o inverno, as pessoas também ingerem menor quantidade de água e optam por uma alimentação mais gordurosa.

Ainda, há o uso excessivo de aquecedores e quantidade de roupas, o que provoca a remoção da oleosidade natural da pele, diminuindo, assim, o manto lipídico, responsável por reter a umidade da epiderme. “O resultado é: ressecamento cutâneo, desidratação e sensibilidade.”





Esses danos, de acordo com o dermatologista, podem acometer a pele de forma geral, com consequências perceptíveis tanto no rosto quanto no corpo. O especialista elucida, ainda, que os efeitos do frio na epiderme podem torná-la mais sensível e vulnerável a disfunções, como alergias, coceiras, micoses e descamação.

Foi o que ocorreu com a publicitária e modelo Pamela Souza Silveira, de 25 anos, que diz ter notado a pele de seu rosto mais sensível e ressecada neste período do ano. Pamela destaca que percebeu, também, os sinais dos danos causados pelo frio em seus lábios, que ficaram ressecados.

“Identifiquei algumas alterações em minha pele durante o inverno, como um aspecto mais esbranquiçado, ressecamento, aparecimento de cravos e espinhas e lábios ressecados. Ainda, percebi que meus pés estavam um pouco rachados. Sempre tomei banho muito quente, e no frio mais ainda, o que acredito ter influenciado, apesar de cuidar da minha pele.”





Nesse contexto, Miranda destaca que a falta de cuidado com a pele e os hábitos durante o inverno podem causar danos sérios à epiderme. “O péssimo hábito da água quente no banho, a baixa ingestão de água e a falta do protetor solar – que é outro erro comum no inverno, já que as pessoas pensam que, por não estar tão expostas ao sol podem preteri-lo –, a longo prazo causam o envelhecimento precoce da pele e manchas”, pontua.

CUIDADOS 

Miranda ressalta ser de extrema importância que alguns cuidados sejam tomados, e intensificados, durante o inverno, a fim de evitar o aparecimento de patologias relacionadas à pele e/ou danos mais sérios à epiderme.

“Uma pele saudável começa de dentro para fora. Portanto, é essencial que uma alimentação equilibrada e saudável, rica em vitaminas, antioxidantes e probióticos, seja feita. Além disso, é muito importante a ingestão de, no mínimo, dois litros de água por dia.”





O especialista pontua que consultas periódicas com um médico dermatologista são necessárias, pois a partir do atendimento e, consequente avaliação correta, os produtos e tratamentos adequados para cada tipo de pele podem ser prescritos. “É importante destacar ainda o uso de protetor solar diariamente e o estabelecimento de uma rotina de skin care.”

A recomendação dada pelo dermatologista foi exatamente o que Pamela fez. A modelo conta que assim que percebeu as alterações em sua pele do rosto e corpo procurou ajuda especializada, o que evitou o agravamento dos sinais percebidos.

“A dermatologista me orientou a trocar alguns cremes específicos, diminuir o banho excessivo e muito quente, bem como água muito quente no rosto, e a tomar bastante água. Comecei a fazer os processos que ela me orientou imediatamente. Além disso, incluí alguns processos caseiros, que também fizeram a diferença.”





Miranda destaca, também, que o uso de buchas deve ser evitado, bem como o de adstringentes à base de álcool. Ainda, de acordo com o dermatologista, atividades físicas e um sono de qualidade são bons aliados no cuidado com a pele. Além do tratamento “de dentro para fora”, o especialista pontua a importância de atentar para os procedimentos de limpeza, hidratação e exposição da pele.

O que Pamela, também, fez. A modelo conta que adotou um tratamento à base de nutrição e hidratação da pele, com uma rotina de aplicação de cremes e produtos durante o dia e à noite.

Outro método adotado por Pamela, e orientado pela médica especialista, foi a ingestão de vitamina C, já que durante o inverno esse recurso se torna mais escasso. Além disso, a modelo conta que trocou a tradicional manteiga de cacau por um lip balm, o que considera ter sido importante para a hidratação dos lábios.





Miranda destaca que existem alguns tratamentos para a pele essenciais para serem realizados durante o inverno, sendo esses capazes de melhorar, de forma considerável, o aspecto cutâneo ao auxiliar na renovação celular da epiderme.

“Peelings químicos, procedimentos feitos com laser, luz pulsada e ultrassom microfocado são alguns métodos interessantes para tratar a pele. Por machucarem a pele para que ela seja renovada, acabam deixando-a mais sensível. E, como no inverno estamos menos expostos ao sol, esse acaba sendo o momento ideal para realizá-los”, destaca.

*Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram






Para se ter noção, 15 minutos de chuveiro quente sobre a pele já é tempo suficiente para comprometer a camada responsável por segurar a hidratação. A água do banho, quando está em temperatura muito elevada, faz com que a pele perca água e lipídeos, afetando essa proteção”

Lucas Miranda, dermatologista