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Estado de Minas

Hora de recolocar tudo no lugar

Se acabou na maratona de blocos do carnaval? O Bem Viver traz dicas para descansar a mente e um cardápio completo para limpar o corpo das toxinas acumuladas nos dias de farra


postado em 01/03/2020 04:00 / atualizado em 04/03/2020 08:47


Passada a maratona dos blocos de carnaval, corpo e mente pedem socorro. Além da alimentação desregrada e do consumo de álcool e outras substâncias psicoativas, emoções intensificadas e atitudes desmedidas potencializam a sensação de ressaca. Nestes dias de recuperação pós-folia, vale aderir a uma operação detox. Sim, hoje ainda tem festa nas ruas de Belo Horizonte... Então, aproveite e se despeça, para depois entrar na linha.
 
Historicamente, o carnaval carrega uma noção de felicidade, quando é possível se esquecer da rotina e nada é proibido. A origem da festa leva à Roma pagã. Os moradores celebravam o deus Saturno nos chamados dias Saturnali, com banquetes, sacrifícios e subversão dos papéis: os escravos tomavam o lugar dos patrões por um período.
 
Diante de uma atmosfera de aparente permissividade, algumas atitudes podem ser 'tóxicas'. Muitas vezes, o sujeito liberta impulsos normalmente escondidos, desejos inconscientes. O dia seguinte de uma noitada de carnaval pode ser de amargar. É o que explica o psicólogo Valdir Weber sobre a chamada ressaca moral. “O carnaval é uma festa feita especificamente para isso, para liberar. Vem da própria acepção do termo – a festa da carne. Existe uma questão cultural de libertar o que não é permitido durante o ano, por nossas travas morais”, esclarece.
 
Beber muito e beijar quem não devia, não ter ideia de onde passou a noite, vomitar na cama da sogra são algumas situações que deixam muitas pessoas com vontade de cavar um buraco e se esconder para sempre. Por mais que o arrependimento e a vergonha sejam fortes, é preciso aproveitar para refletir e aprender sobre si mesmo. “O álcool age em nosso cérebro baixando nossos limites sociais. O que devemos nos questionar não é se o comportamento adotado naquele momento é adequado ou não, mas, sim, por que precisamos nos entorpecer até perder os limites. Por qual motivo precisamos nos anestesiar?”, reflete.
 
A ressaca moral, mais do que associada ao consumo de substâncias entorpecentes, pode ser uma maneira de desabafar, acrescenta Weber. “Pode ser uma forma de vir à tona aquilo que reprimimos pelo fato de a sociedade, de forma direta ou velada, nos dizer o que não podemos externar por preceitos morais ou religiosos. Os excessos mostram algo recalcado que insiste em se repetir. É importante buscar saber quais são as reais causas do sofrimento, para reelaborá-lo”, avalia.


Silêncio
 
Os exageros comuns nos dias de folia não se limitam à má alimentação ou ingestão excessiva de bebidas alcoólicas. A música em alto volume, muito mais que poluição sonora, também pode afetar a saúde. O corpo começa a dar sinais de que algo não vai bem – isso varia de indivíduo para indivíduo e o tempo de exposição ao barulho. Dores de cabeça, zumbido, ansiedade, sensação de ouvido tampado, dificuldades para ouvir, irritabilidade, tontura, pressão e estalos no ouvido são sintomas que devem ser considerados.
 
“Tampão ou protetor auricular e descanso em ambientes silenciosos são algumas das propostas de descanso ou 'detox auditivo'”, orienta a fonoaudióloga da Telex Soluções Auditivas, Pâmela Costa. Conforme a especialista, é essencial compensar os ruídos em demasia a que as pessoas ficam expostas no carnaval e estar atento quanto à duração dos sintomas – caso sejam contínuos, é indicado recorrer a um médico otorrinolaringologista para uma avaliação. Outra orientação é realizar o repouso auditivo, evitando o uso de fones de ouvido e permanência prolongada e desprotegida em ambientes com ruído alto.
 
A meditação é outra ferramenta para acalmar a audição. Inclusive, o período da quaresma, iniciado na quarta-feira de cinzas, é naturalmente um tempo de introspecção, quando o silêncio deve ser bem vivido. De acordo com a monja Ângela Chime, o silêncio pode ser reparador não só para os ouvidos, mas para todo o sistema nervoso. “Uma forma de cessar tanta agitação pode ser encarar o início do ciclo como um momento propício para silenciar e entrar no espaço interior. Criar momentos de pausa e reflexão diários faz bem não só aos ouvidos, mas para a saúde e emoção de uma forma geral.”
 
A advogada Paula Braccini, de 28 anos, não fica tímida em declarar que, para ela, o carnaval é a hora do famoso 'enfiar o pé na jaca'. “Bebo até mais do que deveria. Depois, geralmente fico gripada.” É foliã no carnaval em BH desde quando começou – deixou a festa que costumava aproveitar em Diamantina para a curtição na capital. Foi inclusive na cidade histórica que começou a participar do carnaval, com apenas 22 dias de vida – é tradição na família, muito por causa do pai, fã de carteirinha da folia de Momo.
 
“Vou em todos os blocos possíveis e carrego os amigos. Acordo cedo, coloco a fantasia e vou até o último momento da noite, todos os dias e mais alguns”, conta. Ela começa a cair na diversão desde o início de fevereiro, nos dias oficiais e até o último domingo após. “Quando acaba o carnaval, volto para o trabalho, para a rotina, retomo os cuidados com muito suco, fruta, água quente com limão, e procuro repousar”, dá a receita.

Confira receitas detox e 
dicas de especialistas
Páginas 3 e 4


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