Jornal Estado de Minas

Médicos suspeitam que o coronavírus pode ser contraído pelos olhos

 
De acordo com os últimos dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a epidemia por coronavírus matou cerca de 565 pessoas e, ao todo, já são 28.353 casos confirmados em 28 países. Até então, a principal ação do vírus era de infecções respiratórias nos pacientes contaminados. No entanto, segundo um alerta emitido pela Academia Americana de Oftalmologia, a doença pode atacar as vias respiratórias pelo canal lacrimal, isso porque a superfície ocular está conectada ao nariz por este canal.





No relatório divulgado pela entidade médica dos Estados Unidos, o novo coronavírus pode causar conjuntivite. E, uma vez que frequentemente pacientes com inflamação ocular apresentam-se para tratamentos com oftalmologistas, esses médicos podem ser os primeiros a identificar possíveis casos da doença.

Para evitar que a epidemia se alastre, a OMS recomenda o uso de óculos de proteção (EPI), além de máscaras ajustadas sobre nariz e boca, para profissionais de saúde, parentes que têm contato com um familiar que contraiu o vírus e pessoas contaminadas. “Os óculos comuns não previnem o contágio devido a abertura nas laterais”, pondera Queiroz Neto.

 


Cuidados


Por isso, usar colírios, sem prescrição médica pode ser perigoso, principalmente se o desconforto ocular vier acompanhado de outros sintomas, como tosse, espirro, coriza e febre. Sintomas esses que caracterizam a infecção por coronavírus. De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, um dos grandes problemas é que quatro a cada 10 pessoas já chegam ao consultório fazendo uso do medicamento nos olhos. “Se a irritação ocular estiver relacionada a uma contaminação por coronavírus, a falta de atendimento médico facilita o desenvolvimento de uma infecção respiratória grave. Já nos olhos, o uso indiscriminado de colírios pode agravar doenças oculares e provocar catarata ou glaucoma, quando a fórmula contém corticoide”, elucida.





Além disso, o oftalmologista explica que os vasoconstritores, conhecidos como adstringentes, também não podem ser vistos apenas como uma “água”, que não traz prejuízo algum, pois podem elevar a pressão arterial se o ducto lacrimal não estiver obstruído.

Outras medidas que podem ser tomadas como forma de evitar a contaminação são: lavar as mãos com frequência; evitar levar as mãos aos olhos e boca; evitar aglomerações em lugares fechados que facilitam a proliferação do vírus; não compartilhar óculos, maquiagem, colírio, descongestionante nasal, talheres, toalhas e fronhas; manter os locais arejados, tampar a boca com lenço descartável para tossir ou espirrar e beber bastante água.
 
*Estagiária sob a subervisão do subeditor Carlos Altman 

audima