J.A.M.N., que prefere não se identificar, experimentou, por dois anos, uma séria crise de depressão, originada de sentimentos mal elaborados na transição da juventude para a idade adulta. Ele passou boa parte do tempo no exterior e, como qualquer um, procurou ser bem-sucedido, formar família, mas, mesmo que isso pudesse estar à mão, em um determinado momento tudo pareceu não passar de ilusão. “Com a idade, acabam caindo por terra as cortinas que ocultam a verdade. Vi-me sozinho na forma de pensar, no aspecto pessoal, dando valor para as aparências. Acabei descobrindo o vazio nas pessoas”, diz. Ainda que tudo aparentasse estar bem, ele conta que perdeu a graça de viver e ficou sem foco, diante de uma rotina que se repetia tanto, até chegar a um estado de vácuo e frustração, por assim dizer.
“Faltava meu crescimento próprio, como ser humano. Fiquei deprimido, muito ruim, agressivo, mal-humorado. Tinha altos e baixos emocionais.
A artista plástica Sônia Assis, de 73 anos, começou a sentir problemas de saúde depois que deixou o emprego como professora de desenho em uma universidade de Belo Horizonte. Logo após a aposentadoria, em meados de 2018, iniciou com tensão extrema e nervosia, por acúmulo de sentimentos obscuros. Principiaram crises intensas de dor de cabeça, tonteiras e desequilíbrio, o que depois desencadeou sinusite crônica, com desconforto grave na cervical e no alto da cabeça, acentuada por má-formação na narina esquerda.
ACUPUNTURA Antes de saber do que se tratava, Sônia procurou, em um primeiro momento, um otorrinolaringologista, achando que era algo mais sério, como câncer. Realizou os exames de praxe e nada ficou constatado. Depois, recorreu a uma neurologista, que fez todos os testes, novamente sem resultados. “Estava com dores por todo lado, ia ao médico e nenhum exame dava resposta”, rememora. Por indicação da neurologista, Sônia resolveu procurar a acupuntura, e com cinco sessões já obteve melhora significativa.
Sônia deixou as aulas de Pilates, que considera um método mecânico, e agora faz ioga duas vezes por semana, uma prática mais “quieta”, que, para ela, ajuda no relaxamento, na postura e na compreensão do próprio corpo. “Precisamos saber como lidar com o corpo. O aspecto da espiritualidade é um dos sistemas que nos pertencem”, diz. Hoje, a artista continua trabalhando em seu ateliê, dá aulas de desenho, mantém grupos de estudo e garante que o trabalho é um auxílio essencial em qualquer momento da vida. “Você deve continuar produtiva, ativa mental, física e espiritualmente. O trabalho é um santo remédio. Agora estou ótima”, conta. (JG)
palavra de especialista
Dulce Takamatsu, especialista em terapias alternativas, no ramo há mais de 30 anos
Volte-se para a sua essência
“Tudo é energia, tudo é vibração. A energia está em tudo, no pensamento, na emoção. E o pensamento cria a realidade – o que você pensa você cria, seja para o bem ou para o mal.