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Os 38 estratagemas do livro Schopenhauer – A arte de ter razão, da editora Edipro, ensinam como vencer uma discussão mesmo que a razão esteja com o outro. Livro perturbador e sempre atual, ainda mais em tempos de haters nas redes sociais. Para Guilherme Marconi Germer, doutor em filosofia alemã e austríaca pela Unicamp e pós-doutorando em filosofia moderna pela USP, é lamentável ter que dizer, diante do abuso que se faz do último estratagema do livro (estratagema 38 – parta para o ataque pessoal, insultando grosseiramente, tão logo perceba que seu oponente está com a vantagem), diante do desesperado e derradeiro argumento, “que a verborragia e a violência atual nos fazem ter saudade dos antigos sofistas. Esses, ao menos, não se subordinavam à animalidade, e tiveram a honra de ter sido eleitos por Platão como adversários dos filósofos. Não foram eles, certamente, que assassinaram Sócrates, mas os gregos, que, no declínio de Atenas, anteciparam os haters atuais.”
Para o também professor substituto da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), o ganho filosófico (para o bem) da dialética erística (como vencer um debate sem precisar ter razão) é, conforme Schopenhauer, duplo. “Em primeiro lugar, ela (dialética erística) serve de defesa contra os ataques desleais dos dialéticos eristas. Afinal, poder se defender com as mesmas armas do atacante é uma regra básica da Justiça. Além disso, o texto tem um ganho psicológico, à medida que descreve com bastante acerto e originalidade um comportamento muito recorrente, mas pouco reconhecido, dos homens em geral: eles não entram em um debate para ampliar o conhecimento e chegar a um acordo, de modo neutro e objetivo.

Pelo contrário, o fazem, sobretudo, para vencer, persuadir e se beneficiar com isso. Muitas armas são usadas com esse fim – as quais podem ser resumidas nos 38 estratagemas compilados pelo filósofo de Frankfurt.”.