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Uma nova cultura de serviços e de mercado

Com o aumento da comunidade de idosos em todo o mundo, surgem iniciativas nos âmbito público e privado voltadas à demanda da população com mais de 60 anos


postado em 10/02/2019 05:03

(foto: Leonardo Cechin/Divulgação )
(foto: Leonardo Cechin/Divulgação )





Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população de Minas Gerais chegou a 21,2 milhões de habitantes em 2018. “Nesses números, fizemos uma descoberta curiosa: do total, 16% da população está com 60 anos ou mais, contra 13% de até 9 anos. Logo, a decisão de investir em um negócio para crianças ou um voltado para adultos de 60+ já tem amparo em fatos demográficos. A mudança do perfil etário já começou em Minas”, ressalta Martin Henkel, publicitário, fundador da SeniorLab Mercado & Consumo 60+ e palestrante sobre marketing e negócios desenvolvidos para o público maduro. “Gosto de dizer que, em breve, o Dia dos Avós será mais importante para o comércio do que o Dia das Crianças.”

De fato, frente à revolução tecnológica, aos avanços da medicina e a uma preocupação cada vez maior com conceitos como qualidade de vida, a faixa etária da população mundial e brasileira cresce a passos largos. Não é exagero dizer que a geração mais jovem chegue aos 100 anos ou mais. Ganhamos longevidade, mas estamos preparados para responder a demandas e anseios dessa parcela cada vez mais significativa da população?

OS NOVOS IDOSOS

Henkel afirma que, nos últimos 5 anos, o perfil de serviços especializados para a terceira idade cresceu muito e extrapolou as questões assistenciais e de saúde. O especialista cita como exemplo a oferta de cursos de tecnologia, saúde preventiva (academias), continuidade de ensino (universidades para terceira idade), turismo e outros.

Também o jornalista Jorge Félix, professor e pesquisador especializado em envelhecimento populacional, informa que vários países vêm adotando estratégias no sentido de ampliar o olhar sobre a população longeva, deixando de pensar apenas do ponto de vista assistencial e de despesas (exemplo é a crise pela qual passa a securidade social brasileira) para adotar alternativas que visem ao desempenho econômico e de negócios movimentados por essa comunidade. “Penso em três palavras-chave nesse sentido: solidariedade (novas formas de residência, convívio com amigos e vizinhos, manutenção da autonomia dos idosos); ecologia (exemplo é a divisão de despesas com água e energia elétrica); e, por fim, tecnologia (área que pode determinar o bem-estar das pessoas que viverão sozinhas e que precisarão de autonomia para se comunicar, ser monitoradas, solicitar serviços e comprar produtos). Lembrando que a área de cuidados não está inclusa nos sistemas de securidade social”, reforça.

INICIATIVAS

No contexto, especialistas apontam que o olhar e a preocupação com os anseios e desejos dessa parcela da população não podem e nem devem ficar restritos ao poder público. É de todos. “Até porque, no Brasil, apenas 1% da população de idosos está institucionalizada ou sob a tutela do poder público, enquanto 99% ainda vivem com as famílias. Mesmo em estados com a cultura familiar forte em torno da pessoa idosa, precisamos lembrar que a configuração da família está mudando frente a dados como a entrada da mulher no mercado de trabalho, o deslocamento de mão de obra para os grandes centros e a diminuição do número de filhos. É preciso pensar em alternativas a partir de já”, sentencia o pesquisador Jorge Félix.

“Nos Estados Unidos, quando o individuo completa 60 anos já sabe onde vai morar quando chegar aos 75. Já comprou sua cota, garantiu sua reserva ou adquiriu uma casa preparada e com serviços que lhe garantirão independência por muitos anos. Aqui no Brasil, esse raciocínio ainda é pequeno, mas mostra grande potencial de crescimento. Seja onde for morar, na própria casa, com as devidas adaptações para trazer segurança, ou em um apartamento ou casa planejados na planta para residentes independentes, o aging in place (envelhecer no lugar) exige planejamento e estrutura”, defende o publicitário Martin Henkel.

PROJETO ANTIGO

Em Ravena, distrito de Sabará, localizado a 26 quilômetros de BH, a psicóloga e terapeuta Gislaine D’Assumpção, fundadora e presidente do Instituto Despertar da Consciência, projetou, há anos, o Aldeia da Sabedoria. Idealizado para funcionar como um cohousing sênior, ela aguarda a chegada de interessados para tirar o projeto do papel. “O terreno já existe, uma área de 38 mil metros quadrados, vizinha à sede do Instituto e que será ‘adotada’ por ela, ou seja, os futuros moradores terão acesso aos serviços prestados lá.”

Ela conta que ideias parecidas já são realidade no distrito, onde ajudou a fundar duas ecovilas (Vale das Borboletas e Xangrilá), comunidades que vivem em harmonia com a natureza. No caso da Aldeia, a gleba de terra seria comercializada. “Imagino uma comunidade em que o idoso seja valorizado, viva em casas individuais e possa desfrutar de áreas, comuns como refeitório e lavanderia, por exemplo.” E vai além: “O instituto realiza diversos trabalhos sociais, inclusive com crianças e mulheres carentes da região, e seria maravilhoso incluir os idosos nessas atividades construtivas e que favorecem a qualidade de vida. Já imaginou?”, anseia.

"Gosto de
dizer que,
em breve,
o Dia
dos Avós
será mais importante para o comércio do que o Dia
das Crianças"


. Martin Henkel, publicitário, fundador da SeniorLab Mercado & Consumo 60+ e palestrante sobre marketing e negócios desenvolvidos
para o público maduro





. O mercado 60+

» A renda total da população 60+ em
2018 foi de R$ 861 bilhões

» Os 60+ respondem por 21% do consumo de bens e serviços nas famílias brasileiras

» 22% dos clientes da principal operadora
de turismo do país são 60+

» 21% dos lares brasileiros têm como única ou principal fonte de renda um sênior

» O Brasil já tem 8,1 milhões de pessoas 60+ com perfil ativo no Facebook. Isso equivale a 27% da população sênior no país.

» Minas Gerais tem 760 mil pessoas 60+ no Facebook, o que equivale a 23% da população sênior no estado

Fonte: SeniorLab Mercado & Consumo 60+

 


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