Você sempre fala da importância da autoestima na nossa vida. Sou uma pessoa insegura e sempre me desvalorizo. Como fortalecer a autoestima?
. Nivaldo, de Santa Luzia (MG)
As crenças, convicções que temos a respeito de nós mesmos, determinam fundamentalmente o amor a nós próprios. Existem alguns princípios, aprendidos desde a infância, que nos predispõem à autodesvalorização. O primeiro deles é o perfeccionismo. É a obrigação de nunca errar. É o apego excessivo ao “ótimo” em todas as circunstâncias da vida.
Outro princípio nefasto à nossa autoestima é a necessidade compulsiva de aprovação alheia. Quando crianças, aprendemos que todo o nosso valor se baseava na aprovação dos pais. A criança se reconhece a partir do olhar aprovador ou desaprovador do adulto. À medida que crescemos, seria natural que deixássemos de nos dirigir de fora e passássemos a ser dirigidos de dentro de nós mesmos.
Para a maioria, isso não ocorre e sua autoestima se baseia infantilmente na aprovação alheia, nos elogios e comentários de terceiros. Nessa situação, quando alguém nos critica ou não reconhece aquilo que fazemos, sentimo-nos frustrados, decepcionados e com pouca valia. Saber lidar com a crítica é o primeiro passo para quem quer fortalecer sua autoconfiança. O fato de alguém criticar nossos comportamentos não tira o nosso valor como pessoa.
Quantas outras coisas fazemos bem, quantas qualidades pessoais nós temos. O que somos também é importante e não só o que fazemos e como fazemos.
Outro princípio responsável pela nossa baixa autoestima é a crença amplamente difundida, principalmente entre as mulheres, de que, para ter valor precisamos ter um relacionamento afetivo sexual. Ou seja, para ter valor precisamos de uma outra pessoa. Manter um relacionamento pode ser nosso desejo e pode ser muito prazeroso. Isso é diferente de achar que sem ele não valemos nada. Para viver precisamos satisfazer nossas necessidades naturais: comer, dormir, tomar água etc. Para ser felizes não precisamos de alguém que nos ame.
Há momentos em que não vamos conseguir o que desejamos ou merecemos. A ganância com relação à vida, objetivos exagerados, a falta de humildade para aceitar a realidade, na sua imperfeição e transitoriedade, podem nos deprimir e minar nossa autoestima.
Se quisermos nos amar, cada vez mais devemos consentir na ideia de que todos nós temos um grande valor: o fato de sermos humanos, de existirmos. Transferir esse valor para nossas realizações, para os elogios externos, para o amor de alguém por nós, para nossa aparência física ou quaisquer fatores sociais é um convite para a perda da autoestima e para a depressão. .