Frederico Pedrosa, musicoterapeuta, pai de Maria, de 5 anos
Gabriel Rodrigues é professor de educação física e pai de Maria Flor, de 2,9 anos. Ele conta que precisou se reinventar para poder brincar com a filha. “Quando criança, não tinha o costume de brincar com boneca ou maquiagem; então, precisei aprender e reinventar”, conta. Contudo, para ele, esse processo sempre foi bastante tranquilo, já que sempre esteve muito envolvido com o crescimento e os cuidados de Maria Flor. Além disso, o fato de sua agenda de trabalho ser flexível, permite que ele passe mais tempo ao lado da filha.
Rodrigues considera muito importante o papel do pai na criação do filho, ainda mais levando em conta o modelo do patriarcado que ainda prevalece em algumas casas – o pai trabalha, enquanto a mãe passa mais tempo em casa cuidando do lar e dos filhos. “É preciso inverter esse sistema”, enfatiza o professor. Na sua visão, esse contato entre pais e filhos durante a brincadeira é fundamental para a criança, já que acaba construindo um laço de confiança e respeito muito grande. “Quero construir um elo forte com a Maria Flor”, afirma.
E, por ser professor de educação física, por sua profissão estar ligada à cultura do movimento, Gabriel considera que a tecnologia em excesso pode ser prejudicial para as crianças.
VÍNCULO A fotógrafa Maria Emília Dinat se tornou conhecida na internet por compartilhar com seus seguidores as coisas boas e os desafios que envolvem a maternidade. Ela é mãe de Joaquim, de 7, de Amélie, de 4, e de Iolanda, de 1,8.
Apesar de trabalhar em casa, Maria conta que, muitas vezes, os seus filhos não entendem o motivo de ela ficar no computador, de forma que sempre é preciso encontrar um tempo para ficar com os pequenos. “Lemos bastante livros infantis, costumo brincar de filhinha com a Amélie, desenhamos bastante e saímos pra passear de motoca”, conta ele, sobre sua rotina de brincadeiras e atividades com Joaquim, Amélie e Iolanda. Para Maria, o importante durante as brincadeiras é tentar estimular a criatividade e a imaginação. Além disso, ela considera que não podem faltar “muito amor e diálogo”.
UNIÃO O musicoterapeuta Frederico Pedrosa é pai de Maria, de 5, e, para ele, as brincadeiras são fundamentais para a relação com a filha. Como Maria mora com a mãe, no Sul de Minas, os momentos que Frederico tem junto dela são recheados de muita diversão e música.
Para Pedrosa, as brincadeiras são muito mais do que uma forma de se manter próximo da filha. Ele acredita que, por meio de atividades lúdicas, é possível transmitir um pouco da carga natural de cada um. “A melhor forma de desenvolver essas relações com as crianças é brincando. Então, além da diversão que proporciona, de criar laços e do desenvolvimento interpessoal, cognitivo, motor e intelectual, a brincadeira auxilia na construção da identidade da criança, no processo de construção da autoimagem e na sensação de pertencimento”, finaliza.
DESENVOLVIMENTO Segundo a pedagoga Ana Cristina Oliveira, as brincadeiras são fundamentais para o desenvolvimento infantil. Por meio das brincadeiras, a criança constrói a concepção de mundo. “Todos os tipos de brincadeiras, sejam os jogos simbólicos, como o faz de conta, os jogos de regra, sejam as brincadeiras corporais, favorecem no desenvolvimento da psicomotricidade, da coordenação motora”, explica.
A psicóloga Simone Fernandes Carvalho, concorda e reforça que é fundamental para estabelecer um laço entre pais e filhos. Ela explica que isso ocorre devido ao fato de a criança se construir socialmente por meio das brincadeiras e atividade, além de expressar as diferentes impressões vivenciadas em seu contexto familiar e social. “É por meio da atividade lúdica que a criança desenvolve a habilidade de subordinar-se a uma regra, a uma norma; e seguir as regras significa dominar o próprio comportamento, aprendendo, desde cedo, a lidar principalmente com figuras de autoridade.”
Lugares para a criança se divertir em BH
Pensar em brincadeiras e atividades para fazer com os filhos nem sempre é fácil, ainda mais neste período de férias.
>> Praça da Assembleia (R. Rodrigues Caldas, s/nº, Santo Agostinho): reformada em 2015, a praça ganhou dois parquinhos com brinquedos para bebês e crianças de no máximo 10 anos
>> Praça da Liberdade (Av. João Pinheiro, s/nº, Funcionários): o espaço faz parte do Circuito da Liberdade e oferece muitas opções de cultura, arte, educação e diversão para a meninada
>> Praça do Papa (Av. Agulhas Negras, s/nº, Mangabeiras): a praça conta com espaço para andar de bicicleta, patins e ainda tem um parquinho. Além disso, tem como fazer piquenique no local.
>> Praça JK (Av. dos Bandeirantes, 240, Sion): localizada na região Centro-Sul da cidade, a praça tem uma quadra de futebol, pista de corrida, equipamentos de ginástica e brinquedos para a criança
Algumas brincadeiras tradicionais
Amarelinha
A brincadeira consiste em pular sobre um desenho riscado no chão, geralmente com giz, que tem diversas variações. A versão mais famosa apresenta quadrados ou retângulos numerados de 1 a 10 e o topo o céu em formato oval. Ganha o jogo quem terminas de pular todas as casas primeiro.
Cirandas
As crianças formam uma roda e cantam melodias folclóricas. Entre as músicas mais conhecidas estão Escravos de Jó, Sapo cururu, Ciranda-cirandinha e Atirei o pau no gato.
Jogo das Cinco Marias
A brincadeira é realizada com cinco saquinhos de pano ou com cinco pedrinhas (de tamanhos aproximados), e o objetivo é pegar todos os saquinhos que estiverem no chão sem deixar cair o que foi lançado para o alto.
Bolinha de gude
Existem diferentes formas de brincar com as bolinhas de gude, mas a versão mais popular consiste em um círculo desenhado no chão, onde os jogadores devem, com um impulso do polegar, jogar a bolinha.
Peteca
No jogo, dois ou mais participantes usam a mão ara arremessar a peteca de um para o outro, tentando evitar que ela toque o chão.
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