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Briga de casal reflete no filho

Relações conflituosas entre os pais acabam marcando os pequenos com efeitos até de longo prazo, como níveis altos de estresse e mesmo depressão e indisciplina


postado em 11/11/2018 05:05










Não é novidade que os filhos têm no pai e na mãe um espelho, uma referência para viver. O problema é que isso pode ocorrer tanto para o bem quanto para o mal. Relações conflituosas entre os genitores acabam marcando para sempre os pequenos, com efeitos até de longo prazo, afetando propriamente o seu bem-estar. Muito além de discussões cotidianas, quando o comportamento do casal deságua em violência, com gritaria, demonstrações mútuas de raiva, desrespeito, ignorância, agressões físicas ou verbais, está aí um grande perigo. Mesmo quando as crianças e jovens não são o alvo direto do abuso, são frequentemente colocados em situações de risco, uma vez no meio no fogo cruzado. À medida que estão envolvidos com hostilidades interparentais, severas ou crônicas, apresentam não apenas níveis altos de estresse, mas enfrentam consequências como interrupções no desenvolvimento cerebral, distúrbios do sono, ansiedade, depressão e indisciplina, entre outros.

A psicóloga Simone Francisca de Oliveira frisa que a convivência com cenas de violência gera impacto na formação de bebês, crianças e adolescentes. Seja qual for a etapa da vida, os filhos se miram nos pais, o que é normal e esperado, explica. “Independentemente da teoria psicológica a ser seguida, é sabido que o meio social influencia, tanto positiva quanto negativamente, na constituição da personalidade da criança e do adolescente, e também nos seus preconceitos, nas suas reações frente à, por exemplo, frustração, na sua relação de gênero. Aprendemos a nos relacionar a partir da referência que temos dos pais”, diz.

A profissional ensina que o modelo dos pais pode ser copiado ou negado. Quando a família é muito agressiva, os filhos podem escolher ir contra e desejar estabelecer relações diferentes, se esforçando para tanto. No caso inverso, continua, podem aprender que aquele é o formato certo, e, nessa medida, a violência invariavelmente é perpetuada. “Copiar as posturas violentas é o que não queremos que ocorra. Por isso, trabalhamos o aspecto preventivo. Levantamos a discussão entre crianças e jovens que, apesar de ter contato com famílias violentas, ou com situações de violência em seu meio social, podem fazer diferente, têm direito a uma vida diferente”, elucida Simone.

Para que a violência não perdure, o ideal é que não ocorra. É importante que pai e mãe não tenham nenhum tipo de discussão perto do filho, seja qual for a sua idade. “Muitas vezes, pode até ser que para o casal seja uma discussão simples, banal, mas a criança assimila que, frente a uma discordância, pode bater, jogar objetos, gritar mais alto, usar termos pejorativos ou calar o outro. Se não conseguimos ter, como adultos, um diálogo, não devemos deixar a criança assistir a uma cena de violência ou a uma discussão. Muitas vezes nos preocupamos com a violência física, mas nos esquecemos de que as violências psicológica e moral são muito presentes nas famílias”, enfatiza a psicóloga.

Seja uma união homoafetiva ou heterossexual, tanto homens quanto mulheres devem se pautar por laços em que haja espaço aberto para a conversa, continua Simone. No caso de maus-tratos contra as mulheres, qualquer circunstância em que ela perceba que, diante de uma divergência, o parceiro utiliza uma noção de poder, tenta demonstrar quem é que manda, isso se aproxima de uma situação de machismo e, assim, deve ficar atenta para que esse quadro não se prolongue. “Iniciando um processo de violência, é difícil que seja único, ou seja, que ocorra apenas uma vez. É mais certo que vá se repetir. A mulher deve observar esses pequenos sinais e, se necessário, sair da relação. Caso não consiga, com a recusa do companheiro, deve procurar ajuda, seja familiar, profissional, psicológica, seja da Justiça, indo a uma delegacia, fazendo uma denúncia. E, principalmente, quando há filhos, em respeito a eles. Ouço muitos casais dizendo, temerosos, que com uma separação os filhos vão ficar traumatizados, mas ocorre o contrário. Se os dois permanecem em um relacionamento violento, abusivo, isso pode traumatizar os filhos muito mais que o divórcio. Quando o casal consegue se separar de forma amigável e os filhos permanecem em contato com os dois, terão menos chance de viver uma crise psicológica”, alerta Simone Francisca.

 

 


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