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Estado de Minas

Derivados decretam fim às perdas no mato


postado em 25/03/2019 05:05

Como bem definiu o escritor Euclides da Cunha, embora seja “antes de tudo, um forte”, o sertanejo precisa de uma ajudinha para não evitar deixar o seu local de origem e superar a falta d água e a baixa ou a ausência da produção no período crucial da estiagem. No Norte de Minas, ele se estende de abril a outubro. Por isso, a renda gerada pelo pequi fora dos meses da colheita da espécie nativa do cerrado ganha maior importância ainda nos meses de “seca braba”.


Essa relevância da renda da indústria do pequi no combate aos efeitos da seca é destacada por Fernando Oliveira, da Emater. Ele salienta que Japonvar não tem nenhuma indústria e depende da agricultura. Sem emprego e condições, na prática, de produzir durante o período de estiagem, muitos moradores do município se veem obrigadas a deixar o lugar em busca do sustento no corte de cana-de-açúcar e nas colheitas de café em outras regiões, na construção civil ou em serviços domésticos nos grandes centros urbanos. O beneficiamento do fruto símbolo do cerrado está, portanto, servindo para conter a migração.


“Muitas pessoas não querem deixar o lugar de origem. E permanecem aqui vivendo do pequi mesmo fora da safra, com a venda da polpa, do fruto em conserva, da castanha, do óleo (de pequi) e de outros derivados”, enfatiza Oliveira. O especialista afirma que, de fato, a renda obtida com o processamento e venda de derivados do pequi tem salvado as famílias e garantido movimento no comércio local nos últimos meses, nos quais os efeitos danosos da estiagem prolongada se intensificaram no município.


De acordo com Fernando Oliveira, historicamente, a quantidade de chuvas anual em Japonvar varia de 900 a 1.200 milímetros. Num ano chuvoso 2018/2019, foram registrados apenas 480 milímetros na cidade. “As perdas foram de 100% nas lavouras de milho e de 70% a 80% nas plantações de feijão. Se não fosse o pequi, o município estaria em situação muito difícil”, conclui Oliveira.(LR)


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