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Estado de Minas

Genética mineira produz touros de 1ª linha

Programa de melhoramento e seleção do rebanho do estado viabilizou a negociação de 2 mil reprodutores, entre machos e fêmeas, em 2017. Produtividade e saúde são principais ganhos


postado em 18/06/2018 06:00 / atualizado em 21/06/2018 10:11

Jivago, que entrou para o ranking nacional deste ano, é um dos 13 animais da Epamig que passaram pelo Teste de Progênie, dos quais nove com resultado positivo(foto: Epamig/Divulgação)
Jivago, que entrou para o ranking nacional deste ano, é um dos 13 animais da Epamig que passaram pelo Teste de Progênie, dos quais nove com resultado positivo (foto: Epamig/Divulgação)

O manejo de gado bovino em Minas Gerais tem assegurado a eficiência de um dos ramos mais fortes da agropecuária no estado. O melhoramento genético do rebanho bovino vem avançando com o apoio dado aos pecuaristas, principalmente aqueles das pequenas e médias propriedades rurais, pelo Programa de Melhoria da Qualidade Genética do Rebanho Bovino de Minas Gerais (Pró-Genética), conduzido pelo governo estadual em parceria com entidades da inciativa privada, como a Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ).


Saulo Tognolo Araújo, assessor técnico da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e um dos responsáveis pelo Pro-Genética destaca que a política pública adotada em Minas envolve o controle da saúde dos animais, que são vendidos em leilões e feiras. Em 2017, foram negociados cerca de 2 mil reprodutores, entre machos e fêmeas, por meio do programa.


Para a comercialização, é realizado o exame andrológico, que permite avaliar a fertilidade dos touros, com o objetivo de evitar a colocação de touros inférteis nas manadas de vacas. Além desse teste, os animais passam por detecção das doenças brucelose e tuberculose. Entre as vantagens do melhoramento genético, estão a maior produtividade do gado, que pare mais cedo, e a rapidez com que os filhotes, do nascimento à engorda, ganham peso.


seleção é feita pelas associações parceiras ABCZ, Girolando, Gado Holandês, Senepol, Simental e Simbrasil. Os técnicos asseguram aos animais registrados a capacidade de levar o melhoramento genético ao rebanho. O reprodutor tem vida ativa em torno de quatro anos. Isso não significa que ele vá parar de reproduzir, mas é recomendada a troca do bicho para evitar a consanguinidade.


Saulo Tognolo recomenda cuidados quanto à sanidade dos animais, “vacinações em dia de acordo com orientação do Instituto Mineiro de Agropecuária – IMA, alimentação e manejo adequados para garantir um melhor aproveitamento da genética aplicada no rebanho”.

Campeões Recentemente, o touro da raça Gir leiteiro Jivago, da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), foi classificado como 12º do ranking nacional, num grupo de 40 animais, pelo Sumário Brasileiro de Touros 2018. Ele ficou na 26ª posição na lista do Grupo de Touros do Teste de Progênie (metologia usada para avaliar os touros do ponto de vista do desempenho produtivo de suas filhas em diversos rebanhos) e ocupou o nono lugar da Prova de Pré-Seleção.


Na classificação geral, que inclui cerca de 400 animais, Jivago conquistou o 42º lugar. O teste e a prova, realizados pela Associação Brasileira de Criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), avaliam várias características dos touros e de suas filhas para identificar os melhores em genética Gir Leiteiro do país.


Uma das principais características avaliadas para o Sumário Brasileiro é a produção de leite das filhas dos touros. O chefe da Unidade Regional da Epamig Oeste, Fernando Franco, explica que “quanto mais filhas avaliadas, com boa produção de leite, e quanto mais presente no maior número de rebanhos o touro estiver, maior é a sua confiabilidade e melhor ranqueado ele será”.


Fernando Franco comemora a conquista de Jivago. “O resultado demonstra que a Epamig está desenvolvendo muito bem o trabalho por meio do seu Programa de Melhoramento Genético do Gir Leiteiro”. O pesquisador Leonardo de Oliveira Fernandes, informa que além da produção de leite, são avaliadas características, como idade ao primeiro parto, produção e teor de gordura do leite, proteína e sólidos não gordurosos do leite, coeficiente de parentesco, características de conformação e manejo (corporais, de úbere, aprumo, facilidade de ordenha e temperamento), genótipo para as proteínas do leite beta caseína e beta-lactoglobulina.


Leonardo Fernandes explica que, nos últimos anos, 13 touros da Epamig foram avaliados no Teste de Progênie, sendo que nove deles conquistaram resultados positivos para produção de leite. Para o pesquisador, o trabalho da empresa, desenvolvido junto ao Teste de Progênie, resulta em maior produção de leite, garante bons aprumos e qualidade de úbere (glândula mamária da fêmea), fatores importantes para a longevidade da vaca de leite, e gera custo menor de investimento nesses animais.


O programa atua em outras linhas de pesquisa para melhorar o temperamento do animal, a qualidade do leite e dar eficiência reprodutiva a ele. A Epamig disponibiliza todo seu rebanho do Campo Experimental Getulio Vargas, mantido pela empresa estatal em Uberaba, no Triângulo mineiro, para receber as doses de sêmen do Teste de Progênie e produzir as filhas dos touros que serão avaliadas.

Resistência e boa adaptação

Animais da raça Senepol, a que mais cresce no pais, levam 20 a 22 meses para atingir peso ideal de abate (foto: Arquivo Embrapa)
Animais da raça Senepol, a que mais cresce no pais, levam 20 a 22 meses para atingir peso ideal de abate (foto: Arquivo Embrapa)

Ao atingir os 18 anos de presença no Brasil, a raça bovina Senepol vem conquistando cada vez mais produtores e consumidores. Originária das Ilhas Virgens de Saint Croix, resultado do cruzamento da africana N’Dama com a britânica Red Poll, a Senepol herdou as melhores características de cada uma, tornando-se extremamente adaptada aos climas de todas as regiões do país, com a vantagem da engorda precoce. Enquanto os demais animais levam entre 30 e 36 meses para adquirir o peso ideal para abate, a Senepol consegue o mesmo peso entre 20 e 22 meses.


Em terras brasileiras, é a raça que mais cresce no país e a Associação de Criadores do Bovino Senepol no Brasil já conta com 600 associados. Estima-se que o rebanho chegue a mais de 15 mil cabeças. Animais de 20 meses pesam em torno de 550 quilos, enquanto a raça nelore demanda três anos para atingir 340 a 350 quilos.


A carne, considerada especial, atende a restaurantes de culinária sofisticada e ao mercado exportador. Gleison Bomconselho da empresa BC Senepol e representante da Associação dos Criadores do Bovino Senepol em Minas, diz que a precocidade “faz com que o fluxo de caixa da fazenda se movimente e todos os projetos tenham resultados com um ano de antecedência. Senepol é a melhor opção para cruzamento industrial (50% senepol e 50% nelore), gerando um aumento de até 30% na rentabilidade dos rebanhos de corte.


Gleisson diz que esses animais também são indicados para produção de leite. “Você passa a ter uma segunda renda, podendo vender os bezerros machos e fêmeas meio-sangue para engorda. Entre a reposição do plantel leiteiro, você pode produzir bezerros Senepol por transferência de embriões ou utilizar tourinhos em monta natural”.


Por se adaptar bem à diversidade de clima e pasto, está presente em várias regiões de Minas, como Triângulo, o norte de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Pará e Amazonas. “Mas temos também rebanhos isolados como em Itabira e Bom Jesus do Amparo, municípios mineiros e Rio de Janeiro”.


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