Jornal Estado de Minas

Cafeicultura

Semana Internacional do Café esquenta negócios na capital mineira

 

A terceira edição da Semana Internacional do Café começou intensa hoje, no Expominas, em Belo Horizonte. O evento, que deve movimentar cerca de R$ 25 milhões em negócios e receber por volta de 12 mil visitantes, pretende ser mais do que um espaço para a discussão sobre o tradicional cafezinho. Entre uma xícara em outra, iniciativas importantes foram tomadas. E a expectativas é que os bons resultados ainda possam ser obtidos até o fim da edição, que termina no sábado, dia 26. E mesmo bem depois dela.
Segundo o diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), que também é presidente das Comissões de Cafeicultura da entidade e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Breno Mesquita, o primeiro dia surpreendeu. “Percebi que houve uma demanda muito grande. Foram muitos produtores. Isso nos deixou otimistas.

Mesmo com os problemas todos que o país tem enfrentado, as pessoas estão enxergando possibilidade de negócios. Não dá para ficar apenas lamentando”, observa. Ele lembra que representantes de toda a cadeia mundial do café estão presentes na Semana Internacional. “Temos produtores, compradores internacionais, cafeterias, muitas palestras. É uma feira de negócios, que abre possibilidades para os que estão interessados em encontrar as melhores alternativas”, reforça.


Diante da expectativa de safra deste ano, que deve ficar entre 40 e 44 milhões de sacas, ou seja, repetir a colheita de 2014, o cafeicultor deve procurar agregar valor. Daí a importância da troca de experiências e da capacitação.

Mesquita observa que a seca de 2014 ainda refletiu na colheita deste ano, o que explica a produção praticamente estável, apesar da expectativa do período de safra alta, devido à bianualidade da cultura. “E ainda estamos observando se a seca vai impactar também em 2016”, alerta. A saca de café está cotada entre R$ 460 e R$ 470.


Já na abertura da Semana Internacional do Café, os destaques ficaram para a valorização do mercado cafeeiro e da expertise do mineiro na produção do grão. O presidente da Faemg, Roberto Simões, lembrou da importância das negociações que o evento já gerou nas edições anteriores. “Proporcionamos uma união excelente de vários segmentos, de toda a cadeia, rodeada de profissionais da maior competência nacional e internacional. É uma junção de esforços, um evento diversificado com oportunidades para todos e que proporciona melhoria na qualidade do produto, sustentabilidade e café com maior valor agregado”. Ainda de acordo com Simões, o café está no DNA mineiro e “é essa competência que nos fortalece perante o país”.


Um dos pontos fortes da Semana foi o acordo de cooperação internacional firmado para intensificar as ações voltadas para a produção de cafés sustentáveis. O documento foi assinado entre representantes do Programa Café Sustentável e dos órgãos estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas, Espírito Santo, São Paulo, Paraná e Rondônia que, juntos, respondem por 93% da produção de café no país.


O Programa Café Sustentável, criado pela agência holandesa IDH (Iniciativa de Comércio Sustentável, em holandês) – presente também na Colômbia, Vietnã, Indonésia, Etiópia e Uganda – e coordenada no Brasil pela P&A, tem o apoio de governos europeus e é patrocinado pelas principais torrefadoras mundiais. Essas indústrias firmaram compromissos junto a seus consumidores de processar volumes crescentes de cafés de origem comprovadamente sustentável nos próximos anos. O IDH é uma organização sem fins lucrativos dedicada a promover a sustentabilidade em diversas cadeias produtivas globais, entre elas o café.
“Um dos grandes benefícios do programa é que vamos intensificar as ações voltadas para produção sustentável junto aos pequenos e médios cafeicultores”, afirmou o presidente da Emater-MG, Amarildo Kalil. O objetivo do acordo é contribuir para que práticas sustentáveis de produção e comercialização de café ganhem escala por meio de atividades que assegurem aos cafeicultores a permanência e continuidade na atividade produtiva, com melhorias na renda e qualidade de vida.


O Programa Café%2bForte, promovido pelo Sistema Faemg, também entrou nas discussões. Isso porque tem o objetivo de aumentar a capacidade de gerenciamento do cafeicultor mineiro, proporcionar ao produtor melhores condições para administrar a propriedade, gestão de custos, além de identificar o momento mais vantajoso para negociar o café.


Pelos corredores do Expominas, não faltaram rodas de debates informais e trocas de experiências. Nos cerca de 100 estandes, novidades diversas foram apresentadas aos cafeicultores e aos amantes do bom café. Tanto empresas voltadas para o grão convencional quanto para a produção gourmet também marcaram presença.

 

Confira cenas do primeiro dia da Semana Internacional do Café 2015 no https://www.flickr.com/photos/semanainternacionaldocafe/albums/72157658600731879

 

.