Um dos três representantes do futebol mineiro na elite do futebol brasileiro, o América é um dos seis clubes do país a ter conquistado dois títulos da Série B. O primeiro, em 1997, veio graças a um time que mesclava jovens promissores, como Gilberto Silva, e atletas experientes, como Boiadeiro e Tupãzinho. O outro foi conquistado no ano passado, título que marcou o retorno do Coelho à elite.
“América lava a alma de Minas: time derrota goianos e volta a seus dias de glória”, era a manchete do Estado de Minas de 8/12/1997, destacando uma foto de Rinaldo, símbolo da nova geração do Coelho, carregado pela torcida americana no Independência. “BH viveu um domingo verde e branco”, destacava. “A torcida comemorou com os jogadores dentro de campo, aos gritos de ‘é campeão’”. Na partida que valeu o troféu, o Coelho venceu o Vila Nova-GO por 1 a 0, gol de Celso aos 34min do primeiro tempo.
O título marcava uma redenção para o Coelho, que havia sido banido das competições promovidas pela CBF entre 1994 e 1995 por ter movido ação contra a entidade na Justiça comum para tentar reverter o rebaixamento do Brasileiro’1993. O América montou um time competitivo, com um esquema defensivo que contava com Dênis, Gilberto Silva, Wellington Paulo, além dos goleiros Gilberto e Milagres, e um setor ofensivo eficiente, com Tupãzinho, Boiadeiro, Rinaldo, Celso e Irênio.
“A primeira imagem que me vem à cabeça é o gol do Celso, a torcida fazendo festa, entrando no gramado”, lembra Wellington Paulo, que chegou à base do Coelho em 1989 e, entre idas e vindas, teve quatro passagens pelo América, até 2010. “Aquele time mesclava experiência e juventude e muita vontade de jogar”, conta.
Conhecido como “Talismã da Fiel”, pelo sucesso com a camisa do Corinthians, Tupãzinho, então com 29 anos, foi o artilheiro do Campeonato Brasileiro, com 13 gols. Em 23 partidas, o América venceu 14, empatou quatro e sofreu cinco derrotas.
OUTROS TÍTULOS
Capitão, Wellington Paulo estava na conquista da Sul-Minas, em 2000, quando o Coelho contou com a inspiração dos veteranos Palhinha e Pintado para superar o Cruzeiro na final, vencendo por 1 a 0, no Mineirão. Campeão mineiro em 1993, ainda jovem, Wellington ergueu a taça em 2001 e, próximo da aposentadoria, ajudou o Coelho na conquista da Série C’2009, em momento de reabilitação. “O América fez parte da minha vida de 1989, quando cheguei na base, até perto de me aposentar. Até hoje colho o carinho da torcida”, lembra o ex-capitão.
O segundo título do Coelho na Série B veio no ano passado. “Campeão incontestável”, destacou o EM, em 26/11/2017, sobre o título assegurado com vitória sobre o CRB, no Independência. Para chegar ao título, o América de Enderson Moreira teve que superar times favoritos, como o Internacional.