Estado de Minas 90 ANOS

A trajetória dos dois tenistas de BH que colocaram o Brasil no topo do mundo

Nas disputas internacionais, poucos mineiros brilharam tanto quanto os tenistas Bruno Soares e Marcelo Melo. Eles ganharam nada menos que quatro Grand Slams


postado em 07/09/2018 07:02 / atualizado em 06/09/2018 23:10

Nenhum outro mineiro ganhou tantos títulos nos cinco continentes nesta década como os belo-horizontinos Bruno Soares e Marcelo Melo. O primeiro alcançou no mês passado a marca de 50 finais no circuito profissional, com 29 troféus – cinco a mais que o ex-parceiro, que disputou 49 decisões. Graças aos dois, Minas Gerais conquistou os quatro Grand Slams, os torneios mais importantes do tênis. Nas duplas masculinas, Bruno venceu o Aberto da Austrália e o US Open (2016), enquanto Melo comemorou os triunfos em Roland Garros (2015) e Wimbledon (2017), além de liderar o ranking por 54 semanas, recorde entre os esportistas brasileiros da modalidade. Bruno ainda venceu o US Open duas vezes nas duplas mistas (2012 e 2014), além do Australia Open (2016).


Os amigos Marcelo e Bruno em Belo Horizonte durante a preparação para os Jogos Olímpicos Rio%u20192016(foto: Euler Júnior/EM - 14/7/16)
Os amigos Marcelo e Bruno em Belo Horizonte durante a preparação para os Jogos Olímpicos Rio%u20192016 (foto: Euler Júnior/EM - 14/7/16)

Bem antes de brilhar no circuito profissional, entretanto, Bruno e Marcelo já chamavam a atenção. “Bruno Soares festeja o vice no Orange Bowl”, destacava o Estado de Minas de 18/12/2000. “O mineiro, de 18 anos, foi vice-campeão do mais importante torneio juvenil do mundo”, dizia o texto sobre a façanha do competidor, que se profissionalizaria no ano seguinte.
“A gente, desde pequeno, já sai no jornal, conseguimos aparecer e até hoje estamos rendendo notícia. Isso é uma satisfação pra gente”, comentou Bruno. “Pra gente é motivo de orgulho nossa carreira ter tido o reconhecimento e saber que fizemos parte da história do Estado de Minas”, completou.


Em 2005, Bruno sofreu grave lesão no joelho, que o tirou do circuito por dois anos. Decidiu, então, se dedicar às duplas e, em 2008, surpreendeu ao chegar às semifinais de Roland Garros em dupla de última hora com o sérvio Dusan Vemic. Na sequência, firmou parceria com o experiente Kevin Ullyett, do Zimbábue, e foi a quatro finais em um ano.


Um ano mais novo e nascido em família de tenistas, Marcelo Melo começou a carreira na esteira do irmão mais velho – hoje, técnico –, Daniel Melo. Os primeiros bons resultados vieram ao lado do também mineiro André Sá, com quem formou dupla em 2007. Sá, que se profissionalizou em 1996, anunciou aposentadoria recentemente, depois de 28 finais de duplas, conquistando 10 troféus, cinco ao lado de Melo, entre 2008 e 2009.


DÉCADA VITORIOSA

Soares e Melo jogaram juntos por dois anos, mas as carreiras de ambos deslancharam ao fim da parceria. Após curto período com o norte-americano Eric Butorac, Soares firmou longa parceria com o austríaco Alexander Peya, enquanto Melo jogou com Ivan Dodig. Foi nesse período que ambos alcançaram os títulos de Masters 1000, e Soares conquistou o primeiro Grand Slam de um tenista mineiro: nas duplas mistas do US Open’2012, ao lado da russa Ekaterina Makarova.


O primeiro Slam de duplas masculinas veio em 2015, com Marcelo Melo, no saibro sagrado de Roland Garros – igualando feito de Gustavo Kuerten, tricampeão do Slam francês. Com os resultados, o mineiro chegou ao posto de nº 1 do mundo em duplas. No ano seguinte, foi a vez de Soares vencer Austrália e Estados Unidos, ao lado de Jamie Murray.


Os mineiros continuam atuando juntos na Copa Davis e nos Jogos Olímpicos. Nas duas últimas edições, pararam nas quartas. A torcida é pela manutenção do alto nível em busca da inédita medalha na Olimpíada de Tóquio’2020.


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