Jornal Estado de Minas

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Planejamento estratégico, gestão de riscos e tomada de decisão


Definir objetivos e construir um planejamento estratégico em qualquer tipo de empresa, de qualquer porte, é fundamental para determinar um ponto de partida e metas.

Depois de determinar para onde se quer ir, é necessário determinar chegar lá a partir de indicadores situacionais internos e externos à empresa.



Este processo envolve a elaboração da objetivos estratégicos gerais e o plano estratégico, que fornece os detalhes de como atingir esses objetivos. Empresas mais maduras devem lançar mão também de uma boa missão norteadora e delineamento de um visão de futuro.

Nesse contexto, a identificação e a gestão de riscos andam de mãos dadas com a definição de objetivos e com o processo de tomada de decisão, mesmo que os gestores e sócios não tenham uma clareza tão grande sobre uso do termo “risco”. Instrumentos como a análise SWOT e o Canvas Business Model ajudam a escanear o ambiente de negócios para que se antecipem ou minimizem ameaças presentes e futuras na construção de um bom planejamento estratégico.

O gerenciamento de riscos não seria algo separado, estudado separadamente, mas sim uma parte integrante do planejamento estratégico empresarial. É fundamental que seja visualizada uma forma, ou mais de uma, de se estabelecer uma base para garantir que, quando uma organização estiver elaborando sua estratégia para alcançar sua visão, tenha em consideração os riscos que constituem uma ameaça à consecução dos objetivos, bem como as oportunidades que necessitam de ser exploradas ou otimizadas.



É importante abordar algumas premissas que estrategistas podem utilizar na identificação e avaliação de riscos. Premissas são suposições usadas para construir um planejamento estratégico e podem consistir em eventos difíceis ou impossíveis de prever ou antecipar e, por sua natureza, são incertezas futuras.

Algumas das suposições estratégicas que as organizações fazem são suposições de risco, por exemplo antecipar mudanças nos pressupostos políticos, cenário econômico e de mercado, mudanças no cenário da organização interna, mudanças no cenário socioeconômico, mudanças no cenário tecnológico, mudanças nas leis e legislações e etc.

A definição de objetivos por si só não pode prever exatamente como o mercado e o ambiente de negócios evoluirão, quais questões surgirão/materializarão nos próximos anos para elaborar a estratégia de uma organização. Daí uma identificação e avaliação de riscos consistente e dinâmica, fornecem um importante insumo crítico no processo de planejamento estratégico para organizações para alcançar mais longevidade e sucesso.



Se, de fato, os resultados da análise de risco num planejamento estratégico forem significativos, a administração com a ajuda dos gestores e líderes, pode optar por alternativas como:
  • Revisão das premissas utilizadas na estratégia;
  • Compartilhar parte do risco com terceiros usando mecanismos de cobertura, terceirização ou seguro;
  • Reduzir o risco adotando abordagens alternativas para atingir o mesmo objetivo ou implementando medidas de controle de risco adequadas;
  • Aceitar o risco desenvolvendo um plano de continuidade de negócios/recuperação de desastres para minimizar o impacto dos riscos caso eles ocorram;
  • Mudar completamente a estratégia.
Com base nos resultados da análise de risco, pode ser necessário que a administração revise ou atualize toda a estratégia ou apenas alguns de seus elementos. Esta é uma das razões pelas quais é altamente recomendável realizar a análise de risco antes que a estratégia seja finalizada.

Concluindo, esse sucesso da integração dos processos de identificação e monitoramento de riscos no processo de planejamento estratégico e tomada de decisão numa empresa depende muito da cultura organizacional e das capacidades dos líderes. Com isso, mudar a cultura de uma organização para uma cultura informada e consciente dos riscos é muito importante, assim como capacitar colaboradores em técnicas de identificação e avaliação de riscos como parte integrante dos processos de planejamento estratégico e tomada de decisão é fundamental.

Por fim, o gerenciamento de riscos é uma jornada, não um destino.