Hoje, sofremos com a raiva que guardamos. Sentir raiva só faz mal à saúde. Um momento de raiva nos faz levar pelo menos seis horas de trabalho físico para recuperar nosso equilíbrio outra vez. Estou falando de liberação de cortisol, produção de estresse sobre nosso organismo que gera, a longo prazo, doenças graves. Quem não sente raiva? Isso é muito natural. Mas engolir raiva, guardar mágoas e rancor e curtir ter ódio de alguém ou situação pode nos fazer adoecer, enquanto o outro pelo qual sentimos tal sentimento nada vai ter ou sofrer.
Todo mundo sente raiva, tristeza, medo e inveja. Sentimentos naturais do ser humano. Só não sente quem está morto ou é psicopata. O problema não é sentir, mas sim guardar e cultivar. Por meio da psicologia positiva, estudaram as pessoas mais otimistas e perceberam que elas não ficam guardando suas mágoas. Sentem, colocam para fora e depois deixam ir embora os sentimentos difíceis. Mas como conseguir deixar ir embora? Muitos acham que, quando somos feridos, não podemos esquecer e, por isso, guardam a mágoa como uma defesa. Outros acham que estão sendo injustiçados e manter o ódio a alguém ou alguma coisa é uma forma de também se defender.
Bom, a essa altura, podemos entender que o sentimento de raiva quer dizer DEFESA! Uma forma de combater o agressor. Mas essa é a pior forma de combater seu inimigo. Você esvazia sua potência quando fica sentindo raiva. Seu cérebro fica num estado aquecido (hot state) e ele trabalha mal. Para dar boas respostas e saber batalhar corretamente pelo que pode ser bom, é preciso calma e cabeça fria (cold state), ser mais racional. Uma pessoa com raiva age por impulso e nem sempre da melhor forma. Luta sem ver a melhor tática de defesa. Fala sem pensar, magoa os outros, comete erros simples que poderia não cometer se primeiro se acalmasse. Então, quando sentir raiva, pare, respire e se dê um tempo. Resolva no dia seguinte ou na semana seguinte. Na hora em que estiver com raiva, procure de alguma forma se acalmar. Saia de cena. Faz mal para o seu corpo, bem como para a situação envolvida. No máximo, desabafe, xingue ao falar com um bom amigo... Mas só com ele! Nada com o agressor.
O ódio deve ser combatido com amor. Primeiro, amor ao seu corpo, à sua saúde. Depois, a tudo que envolve o que está acontecendo.
Como abandonar o rancor, a raiva ou ódio?
Cultive emoções positivas, como amor aos seus familiares, tranquilidade, admiração pelo belo. Vá atrás de coisas que o deixem feliz e absorva o que há de bom sempre que possível. Sentimentos positivos acalmam o corpo, tranquilizam a mente, criam um escudo contra o estresse e promovem relacionamentos saudáveis. Tudo isso diminui a raiva e a má vontade.
Não discuta, a menos que seja realmente necessário. Desassocie seus pensamentos dos da outra pessoa ou situação que o aborrece. Coloque sua atenção nas boas atitudes. Procure imaginar se colocando na situação do outro lado. Será que isso que está sofrendo vale a pena? Será que alguém que lhe fez mal fez de propósito ou foi alguma situação que aconteceu para que vocês estivessem no mesmo barco? Nem sempre aquele que fez mal sabe disso. E, nas vezes em que sabe, talvez o tenha feito porque ele próprio tinha seus problemas e defendia como podia. E você vai sofrer toda a sua vida de raiva porque alguém não sabe agir da maneira correta? Imagine quanto sofrimento temos porque ficamos com raiva de atitudes que são tomadas sempre pelo governo, escolas, religiões e qualquer lugar onde tenham mais pessoas e as opiniões serão, certamente, diferentes!