Jornal Estado de Minas

DA ARQUIBANCADA

Empate no clássico mostra que América não deve nada a ninguém



Mineirão lotado, um jogo fora de casa contra nosso maior rival que, a propósito, é um dos maiores elencos e estruturas do Brasil, fazendo frente a Flamengo e Palmeiras. Nada disso foi suficiente para superar o aguerrido América. Aliás, poderíamos ter vencido.





Um dos nossos maiores traumas parece que foi realmente superado. Já são alguns jogos sem perder para o Atlético, incluindo uma vitória recente no Brasileirão de 2022. E o que isso significa?

Na minha visão, mostra que o Coelho deu aquele tão sonhado passo no futebol: o de ser grande independentemente de outros fatores. Alguma coisa na nossa camisa, daquelas que não dá para explicar, pesou de uma certa maneira que não há mais volta. E que bom!

É claro que este fator, que parece ser subjetivo, nada mais é do que a construção com suor e estratégia de uma marca bem-sucedida que, com estrutura, posicionamento, treinamento, qualidade de jogadores e boa gestão, acabou se tornando vencedora e combativa.

Quantas vezes, e a história mostra isso, o América jogou bem contra o Atlético, fazendo sua parte, mas sem conseguir se impor e acabou derrotado ou goleado. Esse tempo de baixa autoestima certamente ficou para trás.

Hoje em dia, somos fortes a ponto de suportar pressão. Não caímos como antes, na primeira traulitada. Conseguimos manter o padrão de jogo, de cabeça erguida, e superar adversários que pareciam impossíveis de serem batidos há poucos anos.





Na verdade, o fato é que conseguimos retomar o respeito dos rivais. Contra o Cruzeiro, já são cinco vitórias seguidas. Contra o Atlético, uma mistura bem razoável e parelha de empate, vitória e derrota, mas de forma equilibrada e sem supremacia de nenhum lado.

Este certamente é um dos termômetros mais fiéis. Enquanto estivermos fortes no âmbito nacional, seremos um adversário indigesto, perigoso e temido localmente. O América, hoje em dia, entra de igual para igual contra o Atlético. Novos tempos. Não devemos mais nada (a ninguém).