Sentir uma ponta de frustração por empatar com o Corinthians em Itaquera já é um bom sinal. Revela, no mínimo, que a evolução do América já não é mais uma aposta, mas uma realidade dentro do campeonato. Mostramos poder de combate no segundo turno. Subimos de patamar.
É verdade que a angústia de ainda estar no Z-4 parece nos consumir por dentro, assim como um devedor que já pagou suas dívidas, mas perde o sono todo dia quando vê que o site do Serasa ainda não atualizou a retirada do seu nome. Quanta ansiedade para vermos de vez nosso nome limpo, fora do vermelho.
Sigo a linha das últimas previsões. Agora, é só questão de tempo (espero). Não faço prognóstico por fazer. Baseio-me no que estou vendo, na prática. E o que mais tem feito meus olhos brilharem é a atuação do argentino Mauro Zárate.
Desde Richarlison, que saiu em 2015 e deixou saudades, que não vejo um jogador com tanta qualidade e maestria em campo, fazendo o adversário literalmente suar a camisa e esquentar a cabeça. Dribles, visão de jogo, controle de bola e precisão no passe. Extremamente diferenciado – embora não esteja na melhor forma física.
E se o time já estava tomando corpo tático, técnico e melhorando o padrão, com a chegada deste craque com passagens passou por grandes da Itália, como Inter de Milão e Lazio, o Coelho está finalmente bem servido com um selo internacional de verdade, e não alguns cavalos paraguaios que já passaram por aqui.
Contra o Corinthians, tivemos a oportunidade de matar o jogo nos 20 primeiros minutos. Depois, eles equilibraram o duelo, nos deram bons sustos e, por fim, o empate saiu de bom tamanho. Sem dúvidas, o impacto psicológico e o sagrado pontinho fora de casa nos fizeram dormir com sensação de missão cumprida.
Seguimos agora nosso minicampeonato Paulista e pegamos na quarta-feira um São Paulo que renasceu na competição com a vitória do final de semana contra o Atlético (GO). Aos tricolores, restou apenas o Brasileirão, e tudo que eles precisam para dar sentido à temporada é ganhar do América. Mas, nem de longe, venderemos isso fácil.
Aliás, é possível, considerando os últimos jogos e que o Timão é um adversário mais forte, sair do Morumbi com um recompensador resultado positivo. Vamos, Coelho, o caminho é longo, mas a jornada de luta será recompensada. E que venha o Flamengo no domingo. Afinal, é perto dos bons que a gente fica melhor. Respeita o Deca, Brasil!