Milhões de belo-horizontinos, usuários do transporte coletivo da cidade, tomaram um susto daqueles ontem (30/3), quando a notícia do aumento da passagem, para quase 7 reais, começou a circular pela imprensa local, no final da tarde de quinta-feira. Os telefones das redações não pararam de tocar, e um verdadeiro pânico foi o que se viu.
Imediatamente entrei em contato com o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, que me garantiu que “a possibilidade deste aumento é zero”! Muito irritado, culpou a Setra (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros) pelo que chamou de “irresponsabilidade" ao comentar tal reajuste, jamais ventilado por ele.
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CMBH
Também conversei com o presidente da Câmara, Gabriel Azevedo, que igualmente irritado com a situação culpou a prefeitura de Belo Horizonte pelo o que vem ocorrendo. O vereador, com inteira razão, lembrou que vem “gritando sozinho há meses”, alertando o prefeito, os empresários e a sociedade para o fim do prazo do subsídio aprovado.
Gabriel explicou o motivo da recusa do projeto 464/22, enviado pela PBH, que pedia a extensão do subsídio em 40 milhões de reais. Segundo ele, o projeto é inconstitucional e por isso foi barrado pela Comissão de Legislação e Justiça da Câmara. E lembrou, ainda, que foi o responsável por prorrogar, de dezembro de 2022 para março de 2023, o atual subsídio.
COMO FICA
Os contratos em vigor mantêm as passagens inalteradas até pelo menos dia 30 de abril. Daqui ao fim do mês que vem, PBH, CMBH e empresários de transporte precisam “acertar os ponteiros” e começar vida nova. Porém, conforme o vereador Gabriel, “de forma que o dinheiro do cidadão finalmente seja respeitado, e o serviço entregue seja bom e honesto”.
Há um, digamos, “ente” nessa história toda, que precisa ser olhado e cuidado: o usuário do transporte coletivo. São milhões de cidadãos que já passam dificuldades gigantescas todos os dias, de ordem financeira e de locomoção, muitas vezes em condições desumanas, para estudar, trabalhar, se dirigir a hospitais, enfim, se locomover pelo trânsito infernal da cidade.
Portanto, virem-se senhores do executivo e legislativo de Belo Horizonte! Façam valer o voto de quem lhes confiou a missão de, dentre tantas necessidades, promover transporte público de qualidade, e a um preço justo.