Jornal Estado de Minas

OPINIÃO SEM MEDO

Bolsonarismo quer regular pesquisas, e petismo, a imprensa; são asquerosos

Cometi o terrível erro de ter votado, no segundo turno de 2018, em Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, e já me desculpei inúmeras vezes por isso. Atenção: já disse inúmeras vezes, também, que não me arrependo, pois era necessário expurgar o PT do Poder. Mas fato é que, meu voto-vômito, termo brilhantemente cunhado pela igualmente brilhante Cristina Serra, ajudou a abrir as porteiras dos estábulos e os portões do inferno por todo o Brasil.





Desde que assumiu, o amigão do Queiroz vem trabalhando diuturnamente - Dilma Rousseff, nossa eterna estoquista de vento, diria “noturnamente também”, hehe - contra a democracia brasileira, que já não é lá grande coisa. Investiu contra o Congresso Nacional (depois desistiu e fez como todos: comprou-o), investe contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a imprensa e absolutamente todo e qualquer sujeito ou instituição que não se ajoelhe e exalte o “mito”.

A mais nova - nem tão nova assim - frente de batalha autoritária são os institutos de pesquisas. Bolsonaristas pinçam, dentre centenas de acertos, os erros que lhes convêm, e investem ferozmente contra as empresas (exatamente como fazem com a imprensa, exceto aquela que lhes é servil, claro). Nestas eleições recentemente passadas, os institutos acertaram, como sempre, aliás, infinitamente mais do que erraram. Ainda assim, a turba do devoto da cloroquina não perdoa, e quer sangue.

Exatamente como o lulopetismo sempre sonhou - e sonha! - controlar a imprensa, através do que eles chamam “regulamentação dos meios de comunicação”, os bolsonaristas tentarão criminalizar as pesquisas, vejam só. Para eles, errou, tem de ser criminalizado. Sim, criminalizado! Por óbvio, não pensam o mesmo sobre rachadinhas e compras de mansões milionárias em dinheiro vivo e panetones de chocolate, muito menos propina em barras de ouro e bíblias, viagra superfaturado e corrupção nos ministérios.





O líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros - aquele da denúncia de superfaturamento das vacinas, e que já foi denunciado por lavagem de dinheiro (R$ 5 milhões) - disse que vai propor uma lei para punir os institutos. Beleza! Que tal uma lei para punir políticos, governantes e servidores públicos que errarem? Que tal propor uma lei que impeça, ou ao menos puna de fato, orçamento secreto, peculato, uso indevido do cartão corporativo (motociatas, passeios de jet ski e no Beto Carrero) etc.?

O maior risco do bolsonarismo - e este risco aumentou tremendamente com a eleição de uma horda de reacionários, intolerantes e extremistas que se elegeu pela devoção ao marido da Micheque (e os 90 mil reais do Queiroz, hein?) - é a escalada institucionalizada, via Congresso Nacional, de leis autoritárias como a citada acima. Pior. Com o domínio das duas Casas (Câmara e Senado), abre-se a possibilidade de interferência real no STF, inclusive com o aumento do número de ministros.

Sabem, leitores e leitoras queridos, quem fez isso? Hugo Chávez e Nicolás Maduro, e outros ditadores mundo afora - aqueles que Lula da Silva, o meliante de São Bernardo, e seu bando apoiam e defendem. Deem um Google e encontrarão um sem número de textos meus apontando as semelhanças entre Bolsonaro e bolsonaristas e Lula e petistas. Há um termo, inclusive, para isso: bolsopetismo. E ele é muito mais real do que se imagina. A tal lei que promete criminalizar as pesquisas é só mais uma prova.