Jornal Estado de Minas

OPINIÃO SEM MEDO

Ter nojinho de Bolsonaro não faz de nenhum lulopetista alguém melhor



Superioridade moral - se é que isso realmente existe - é um negócio abstrato e subjetivo. Mormente porque o conceito de moralidade depende do observador e do observado. Depende, sobretudo, do espaço e tempo ocupado pelos moralistas e supostos imorais.



Fazer sexo com uma criança de 12 anos é imoral? Bem, a depender da sociedade, não. E cortar a mão de um Lula da Silva, ops!, desculpe, de um ladrão? Igualmente, a depender do local, é aceitável. Há países, inclusive, em que gente assim pode até ser presidente.

Séculos atrás, escravizar negros, espancar mulheres e queimar homossexuais eram práticas cotidianas. Hoje, felizmente, na maioria dos países, é algo inaceitável e criminoso, ainda que exista quem prefira um filho morto a um filho gay, certo, Jair Bolsonaro?

O verdugo do Planalto, aliás, é um bom exemplo. Arvora-se um soldado anti-corrupção, mas é o patriarca do clã das rachadinhas e das mansões milionárias; é o amigão do Queiroz; é o marido da receptora de cheques de milicianos, e não vê nada demais nisso.   

Já os petistas, ou melhor, os lulopetistas, pois há no partido quem reconheça os erros e crimes do passado recente, atacam, com toda razão, o presidente da República, mas são os primeiros a sair em socorro do deus Lula, o meliante de São Bernardo.

Para eles, liderar as quadrilhas do mensalão e do petrolão; ser agraciado com sítios e coberturas na praia; ser condenado em duas instâncias por corrupção e lavagem de dinheiro; ser ‘pai do Ronaldinho dos Negócios’, enfim, são coisas de gente honesta.



Jair Bolsonaro, o devoto da cloroquina, é um ser abjeto, asqueroso. Mas ter nojinho dele não torna ninguém moralmente superior, quando se apoia um bilontra como Lula da Silva. Se não existe meia-gravidez, igualmente inexiste meia-moralidade, entendem?

Lulopetistas e bolsominions pertencem, a meu critério, à mesma espécie de imorais. Talvez eu próprio seja considerado um imoral por eles, daí a subjetividade da questão. Por exemplo, ambos os grupos fanáticos consideram Sergio Moro um criminoso.

Então, ficamos assim: Moro e eu, que jamais fomos investigados, processados e/ou condenados criminalmente, somos imorais. Lula e Bolsonaro, com a história retratada e comprovada por fatos, testemunhas e documentos, são ilibados e exemplos de moralidade.

Petistas e afins, vocês não são nem melhores nem piores que bolsonaristas; são apenas de cepa diferente. Assim como Lula jamais será melhor ou pior do que Bolsonaro, mas tão somente um cretino com ideias e modos distintos. Moral é para poucos e bons. Não os misturemos com porcos.