Jornal Estado de Minas

OPINIÃO SEM MEDO

O custo financeiro Bolsonaro é incalculável e, talvez, irreversível

Olhem aqui: com 54 anos anos no cangote, eu já assisti - e vivi na pele! - crises econômicas as mais diversas. Os anos de inflação extrema e descontrolada; os planos aloprados e trocas de moeda; congelamentos de preços e salários; e até confisco de dinheiro, sem falar, claro, no triênio de recessão de Dilma Rousseff.





Quando eu era criança, aprendi que o Brasil era o País do futuro. Quando jovem, aprendi que éramos o País das décadas perdidas. Já adulto, empresário, casado e pai, aprendi que não temos solução e que seremos eternamente essa porcaria de paiseco de terceiro mundo, entremeado por soluços de desenvolvimento.

Agora, com a vida feita e rumando para o fim, vejo que no fundo do poço havia um alçapão, e Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, resolveu abri-lo para descobrir o que havia sob o tampo. E posso garantir aos meus caríssimos leitores, que o que nos espera é muito, mas muito mais feio e pior do que imaginávamos até então.

INFLAÇÃO %2b DESEMPREGO = FOME

Pode parecer idiota a frase a seguir - e é! -, mas o Brasil jamais teve 215 milhões de habitantes. Isso significa que uma crise econômica da dimensão atual impacta um número (assustador) muito maior de pessoas que em qualquer outra época. E como a população cresce e a economia retrai, os vetores contrários se somam.





Traduzindo em miúdos, temos mais de 15 milhões de desempregados (recorde!), o menor consumo de carne vermelha em 26 anos, o maior número de famintos (19 milhões) e de pessoas em situação de risco alimentar grave (45 milhões) ou com algum tipo de risco alimentar (105 milhões). Esses números são inéditos!

Tudo isso é causado pela conjunção desastrosa de inflação alta, economia fraca e desemprego extremo. E, em boa parte, a culpa é exclusiva de um sádico homicida psicopata, leia-se, Jair Bolsonaro, o amigão do Queiroz, em associação criminosa com o pior Congresso Nacional da história, apoiados por um bando de lunáticos.

CÂMBIO JUROS ALTOS = RECESSÃO

Há quem diga que a moeda de um país representa seu 'valor percebido' perante o planeta, independentemente de fundamentos macroeconômicos e outras variáveis comerciais. O Brasil de hoje reúne simultaneamente um péssimo 'valor percebido' e, não menos péssimos, fundamentos macroeconômicos diversos.

Noves fora nada, ao contrário!, tudo, de instabilidade política a risco à democracia, passando por insegurança jurídica e completa falta de reformas estruturantes, os quase R$ 6 reais que pagamos por apenas US$ 1 é efeito - e causa! - do labirinto de horrores em que nos encontramos há pelo menos quase dois anos.





Atônitos e perdidos, governo e Banco Central - onde o ministro da economia e o presidente da instituição possuem offshores com ativos em dólar - permitem que o câmbio flutue livremente, enquanto sobem os juros (que baixaram na marra!, e de forma irresponsável e exageradamente rápida) e freiam a já parada economia.

LOUCURA POPULISMO = DESASTRE

Jair Bolsonaro, o devoto da cloroquina, e toda a sua horda de aloprados - dentro e fora do Congresso - nunca tiveram qualquer plano de governo. Foram eleitos com bandeiras reacionárias e nada mais! O resultado é um País destruído, devastado e à deriva, contando os dias para 2023 chegar e algo novo começar a ser tentado.

A junção da pandemia - e todos os seus reflexos sociais e econômicos mundiais - com a política negacionista, homicida e golpista do (des) governo do maníaco do tratamento precoce resultou em um quadro de desinvestimento externo e fuga de capitais dramático, atirando o dólar às alturas e isolando o País do mundo.

Câmbio alto produz inflação, que produz juros elevados, que resulta em recessão, que aumenta o desemprego, que gera miséria, que alimenta o ciclo e que culmina no que há de pior na humanidade: fome! Repito: 19 milhões de brasileiros passam fome hoje no Brasil. Eis o resultado mais aparente de Bolsonaro e o bolsonarismo.




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