Jornal Estado de Minas

OPINIÃO SEM MEDO

COVID-19: 300 mil vidas brasileiras levadas pela doença

Das maiores dores da vida, eu já passei por duas. Fisicamente falando, os médicos dizem que uma hérnia de disco extrusa atinge o grau máximo na escala das dores humanas. Já, emocionalmente, talvez nada supere a dor da perda da mãe. 





Essas 300 mil mortes significam milhões de dores individuais. A um enlutado, não há remédio que cure a dor da alma. A ausência de contato, do carinho, da conversa ou mesmo da simples visão de quem amamos, dilacera, sem anestesia, o coração.

Um importante empresário de São Paulo, que perdeu três filhos em um acidente aéreo, certa vez declarou: “É como uma ferida em carne-viva, que não cicatriza nunca; dói todos os dias”. É isso mesmo. Não há descanso para quem perde alguém. Dói sem parar.

Nesta data tão triste, apenas deixo minha dor se juntar a dor de todos que perderam um ente querido nesta maldita pandemia. Nada nem ninguém irá nos consolar. O jeito, portanto, é chorar mais um pouco, recolher os cacos e tentar seguir em frente.

audima