Jornal Estado de Minas

Protesto e reivindicação por uma educação básica de qualidade

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De todas as análises sobre o governo no último ano, a que mais me impressionou foi a crítica ao Ministério da Educação. Embora fosse promessa de campanha investir no ensino básico e fundamental, nada decolou. E pelo que vemos ninguém fala nada sobre os planos para este ano. Será que nunca veremos o Brasil cuidar de suas crianças e seus jovens, sabendo-se que a educação de base é formadora de toda uma sociedade?

Realmente, nada de relevante foi realizado nesta gestão do ministro Abraham Weintraub e o que queremos é que ou se apresente serviço ou caia fora e deixe quem sabe fazer. Afinal, o ministro recém-saído (Ricardo Vélez Rodríguez) era um completo desconhecido e não tinha experiência alguma em gestão pública quando empossado. Está claro que nada mais podíamos esperar.



O Ministério da Educação conta com funcionários de carreira experientes, com bons planos e boas ideias para melhorar de fato a educação e não foram escutados e o pior: foram submetidos a um incauto que ameaça demitir aqueles que não concordarem. É grosseiro e sem educação distribuindo respostas no Twitter que dão vergonha até de ler.

Desconhece Paulo Freire. De fato, o que fez este ministro senão escolas militares para agradar ao governo Bolsonaro? Nada contra escolas militares se a qualidade da educação é boa, mas quem não quer carreira militar está à revelia dos cuidados do Ministério da Educação no Brasil.

Decepção, mais uma vez, é o que experimentamos quando se trata de atender aos menos favorecidos da sociedade, já que dependem do Estado para o estudo de seus filhos.

Sabemos que há escolas públicas melhores e piores, porém o investimento é baixo demais. Professores são mal remunerados, material escolar é jogado fora por má gestão, e se não fosse a ajuda de cotas no Enem, provavelmente muitos desses alunos jamais teriam acesso à faculdade.



Fala-se que nem todos precisam ter diploma de nível superior, mas aqui no Brasil profissões de nível técnico são extremamente mal remuneradas, abrindo-se um grande desnível quando comparadas aos profissionais de nível superior.

Então, pais, mães e aqueles que se interessam pela educação de seus filhos precisam fazer pressão para serem contemplados. Vejam o que me disseram sobre uma escola estadual. Uma mãe de uma já mocinha, de 10 anos, que estuda em colégio público, em tempo de tomar a vacina de prevenção contra o HPV, esperou metade do ano pela vacinação que não apareceu.

Para aqueles que não sabem, o HPV é um vírus transmissível sexualmente que pode evoluir para câncer de colo de útero. É silencioso, assintomático e perigoso por isto mesmo. Durante meses estas crianças andaram com seus cartões de vacinação e nada. Nem explicação para a omissão.



E assim é para os órfãos dos governos federal e estadual jogados na vida sem atenção, nem escuta ou olhar, desvalorizados pelas promessas não cumpridas. Que tipo de adulto se tornarão?

Assim como as plantas precisam de adubo, poda e terra nova sempre revolvida e oxigenada, as crianças de nosso país precisam de afeto, cuidado e atenção para se sentirem importantes, tornando-se, então, por este investimento, pessoas que são e se sentem valorizadas.

Vai aqui meu protesto e, ao mesmo tempo, minha reivindicação pelos direitos desses alunos do ensino público, pois são o futuro do Brasil.